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Selena Gomez: entenda a bipolaridade e a psicose, condições de saúde mental que afetam a atriz

A cantora precisou ser internada em clínicas psiquiátricas desde 2016 até receber o diagnóstico em 2019

Selena Gomez se prepara para lançar seu documentário Selena Gomez se prepara para lançar seu documentário  - Foto: Reprodução/Twitter

A atriz e cantora Selena Gomez resolveu se pronunciar de maneira bem aberta sobre sua saúde mental no documentário Minha Mente e Eu, que estreou no catálogo do canal de streaming Apple TV+. A artista fala sobre o tratamento da doença de Lúpus, que exigiu que fizesse um transplante de rim em 2017, até o diagnóstico de bipolaridade, depressão, ansiedade e quadros de psicose.

Por estar na frente dos holofotes desde os 7 anos de idade, Gomez mostra que isso influenciou a sua saúde mental. Na produção fica explicito que ela foi internada pela primeira vez em um hospital psiquiátrico para tratar “ansiedade, ataques de pânico e depressão” em 2016. Três anos depois, ela foi internada pela segunda vez e recebeu o diagnóstico de bipolaridade.

Bipolaridade
O transtorno bipolar consiste nas mudanças repentinas de humor, que se caracteriza pela alternância de períodos em que a pessoa fica mais exaltada. A mania, por exemplo, dura ao menos sete dias, enquanto a hipomania, chega em um período de quatro dias. Os de depressão são mais longos ocorrendo por até duas semanas.

Existem dois tipos de transtorno bipolar. O que determina se é do tipo 1 ou do tipo 2 é por quanto tempo dura a euforia. Entretanto, um dos modos não é vitalício, podendo o paciente apresentar diferentes tipos no decorrer da vida. Já num caso de o episódio de mania ter um intervalo de três dias, não correspondendo, portanto, às características do transtorno, o quadro torna-se controverso, mas pode ser definido como espectro bipolar, como um "transtorno bipolar subliminar" ou ciclotimia.

Enquanto a depressão atinge de 155 a 18% da população geral, o transtorno bipolar tipo 1 é estimado em 1%, e o tipo 2, em 5%. O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) considerou como preocupante o fato de que 78% das com bipolaridade são diagnosticadas erroneamente como apenas depressão, visto que cada uma delas é tratada de uma forma. Enquanto a depressão é tratada com antidepressivos, o transtorno bipolar pede por estabilizadores do humor. A permanência e consistência do tratamento é fundamental para o controle dos sintomas e da condição.

“Eu descobri que tenho um diagnóstico de transtorno bipolar. Vou ser honesta: eu não queria ir ao hospital, mas eu não queria estar presa em mim mesma, em minha mente. Eu pensei que minha vida tinha acabado. Eu estava ‘é assim que eu vou ser para sempre’”, disse Gomez no documentário.

Psicose
A palavra psicose é usada para descrever condições que afetam a mente, onde houve alguma perda de contato com a realidade. Durante um episódio psicótico, os pensamentos e percepções de uma pessoa são perturbados e o indivíduo pode ter dificuldade em entender o que é real e o que não é. Está associado a bipolaridade, sendo comum este tipo de condição em pessoas já diagnosticadas com as mudanças de humor.

Entre os principais sintomas da psicose estão as alucinações, onde uma pessoa ouve, vê e, em alguns casos, sente cheiros ou saboreia coisas que não estão lá, e delírios, quando o paciente tem crenças fortes que não são compartilhadas por outras pessoas; uma ilusão comum é alguém acreditando que há uma conspiração para prejudicá-los.

Outros sintomas incluem discurso incoerente ou sem sentido e comportamento impróprio para a situação. Uma pessoa em um episódio psicótico também pode apresentar depressão, ansiedade, problemas de sono, isolamento social, falta de motivação e dificuldade de funcionamento geral.

“Meus pensamentos tomam conta da minha mente muitas vezes. Dói quando penso no meu passado. Eu quero saber como respirar novamente. Eu amo a mim mesma? Como eu aprendo a respirar minha própria respiração?”, diz a cantora.

O tratamento para quadros psicóticos envolve uma combinação de fatores. O primeiro é a medicação antipsicótica que pode ajudar a aliviar os sintomas da condição, mas é importante que deve ser prescrito e acompanhado por um psiquiatra, o que nos leva ao segundo fator: o acompanhamento psicológico, a terapia cognitivo comportamental provou ter sucesso no tratamento clínico de pessoas com psicose.

Outro ponto importante é a terapia familiar, um formato que pode envolver outras pessoas de sua família como pais, parceiros e amigos íntimos. Alguns estudos indicam que ela é capaz de reduzir a necessidade de tratamento hospitalar em pessoas com psicose. A atriz e cantora fala sobre sua família no documentário e como se arrepende pela forma como os tratou durante suas crises.

“Tenho os melhores amigos e familiares, especialmente minha mãe e meu padrasto, Brian, porque eu não deveria ter falado com eles do jeito que eu falei. Eu não deveria tê-los tratado do jeito que tratei às vezes. Eles sabem que não fui eu? Eu apenas digo que ‘sinto muito’ porque me lembro de certas coisas que faço e é realmente tão malvado”, diz.

Depois de um episódio psicótico, a maioria das pessoas que melhora com a medicação precisa continuar administrando a medicação por pelo menos um ano. Cerca de 50% das pessoas precisam tomar medicação a longo prazo para evitar que os sintomas se repitam. Se os episódios psicóticos eventualmente se agravam, eles podem precisar ser internados em um hospital psiquiátrico para o tratamento.

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