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Crítica

Sequência de 'Venom' é um filme apenas divertido

'Tempo de Carnificina' erra com roteiro que não deslancha e efeitos visuais pouco rebuscados

"Venom: Tempo de Carnificina" é o segundo filme da franquia "Venom: Tempo de Carnificina" é o segundo filme da franquia  - Foto: Divulgação

Com sessões de pré-estreia marcadas para esta quarta-feira (6), “Venom: Tempo de Carnificina” chega aos cinemas brasileiros após quebrar recordes de bilheteria durante a pandemia de Covid-19 nos Estados Unidos. Nos seus primeiros três dias de exibição, a sequência somou US$ 90,1 milhões no país, superando “Viúva Negra” (US$ 80,3 milhões). O sucesso comercial, no entanto, não é garantia de que o espectador sairá satisfeito da sala de cinema.

Parte do bom desempenho financeiro do longa-metragem está ligado às expectativas criadas pelo público, explicáveis em função da trajetória do seu antecessor. O primeiro filme foi lançado, em 2018, um tanto desacreditado, diante dos fiascos anteriores da Sony Pictures com histórias da Marvel. O resultado pode não ter agradado a crítica especializada, mas cativou uma considerável parcela dos fãs, que deu à produção uma das maiores arrecadações daquele ano.

Sem muitas explicações iniciais, o novo filme começa praticamente de onde o longa anterior parou. Eddie Brock (Tom Hardy) tenta retomar a carreira como jornalista de sucesso, enquanto lida com a presença do alienígena simbionte Venom em sua vida. A situação profissional começa a melhorar quando o repórter consegue, com a ajuda da criatura que se hospedou no seu corpo, mandar o perigoso serial-killer Cletus Kasady (Woody Harrelson) para a cadeira elétrica. O problema é que o feito só alimenta a obsessão do criminoso que, após uma transformação no mínimo inusitada, se torna o macabro Carnificina.
 

Assim como o protagonista, o vilão é ligado simbioticamente a um ser de outro planeta, só que menos controlável e mais letal. Embora o próprio título aponte para a importância do personagem na trama, sua presença acaba sendo secundária ao longo do filme dirigido por Andy Serkis. É na relação entre o anti-herói e seu extraterrestre “de estimação” que está o verdadeiro foco do roteiro desenvolvido por Kelly Marcel em conjunto com o próprio Tom Hardy, que também atua como produtor da obra.  

Apostando no bom humor e no absurdo, o longa funciona quase como uma comédia romântica grotesca. Com personalidades distintas, Brock e Venom vivem em constante DR. O humano tenta a todo custo controlar o ímpeto devorador do alienígena, que só pensa em comer cérebros. As divergências causam embates constantes e, em determinado momento, acabam separando os dois. A tentativa de criar uma divertida analogia entre essa amizade e uma relação romântica fica mais evidente na cena em que Venom cai na balada e bebe todas para tentar esquecer o parceiro. Anne Weying (Michelle Williams), ex-namorada do jornalista, aparece como um terceiro elemento desse relacionamento nada convencional.

Mesmo com boas tiradas, “Tempo de Carnificina” não consegue empolgar. Começando pela trama pouco inspirada e bastante previsível. O arco dramático do alucinado Cletus Kasady e de sua amada Frances Barrison (Naomie Harris), que poderia ser melhor aproveitado, soa caricato e carece de aprofundamento. Visualmente, a produção também não faz bonito. Com efeitos visuais pouco rebuscados, o longa ganha um aspecto artificial, especialmente nos seus momentos finais.

Ao menos para os fãs da Marvel, o ápice da sequência está na sua cena pós-créditos. O momento, que já vem gerando burburinho na internet, dá uma pista do que pode vir a ser o esperado encontro entre Venom e o Homem-Aranha interpretado Tom Holland. Para quem não está interessado nas teorias envolvendo o universo cinematográfico dos personagens vindos das HQs, no entanto, o novo trabalho de Andy Serkis soa como um filme apenas divertido, capaz de arrancar alguns risos, mas sem causar nenhum grande impacto.

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