Sérgio Camargo quer trocar nome da Fundação Palmares por Princesa Isabel ou André Rebouças; entenda
Qualquer mudança, no entanto, depende da Câmara
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O presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, quer mudar o nome da instituição para "Fundação Princesa Isabel", em alusão à princesa branca que assinou a Lei Áurea, ou "Fundação André Rebouças",em homenagem ao engenheiro negro baiano, conforme tem alardeado no Twitter desde o último fim de semana. Qualquer troca de nome, no entanto, precisa de aval da Câmara.
"O desafio da mudança precisa ser enfrentado nesta ou na próxima legislatura", escreveu o servidor, que usa o argumento de que Zumbi teria sido um líder "tirano e escravagista" e, portanto, não deveria ser homenageado.
O desafio da mudança de nome precisa ser enfrentado nesta ou na próxima legislatura. A Palmares deixou de ser uma senzala, após 30 anos de dominação marxista. Hoje é uma autêntica instituição cultural. O novo nome refletirá essa mudança. Chega de homenagear falsos heróis! pic.twitter.com/m2Z1ow1inY — Sérgio Camargo (@sergiodireita1) January 11, 2022
Essa não é a primeira vez que Sérgio fala sobre a homanegam à princesa no nome da instituição. "Se pudesse, eu já teria feito isso na base da canetada!", escreveu.
Não posso mudar na canetada, depende da Câmara. Se pudesse, já teria feito.
— Sérgio Camargo (@sergiodireita1) January 9, 2022
Neste mês, a Justiça Federal proferiu sentença definitiva contra Sergio Camargo, proibindo a exclusão de parte do acervo da instituição, algo anteriormente anunciado por Camargo em junho de 2021. A ideia do dirigente do órgão era se livrar de obras consideradas como parte de uma "revolução sexual, sexualização de crianças, bandidolatria e por um amplo material de estudo das revoluções marxistas e das técnicas de guerrilha", entre outros fatos listados.
As partes envolvidas no caso ainda serão intimadas. Em junho, a doação de itens como livros, cartazes e folhetos já havia sido proibida pela Justiça, por meio de liminar, em decisão até então provisória — o descumprimento da decisão seria punido com o pagamento de R$ 500 por cada item doado.