Shakira e Gerard Piqué disputam guarda dos filhos e avião de 20 milhões de euros; entenda
Cantora colombiana e o jogador espanhol não chegam a acordo sobre jato comprado para viagens em família
A separação da cantora colombiana Shakira e do jogador espanhol Gerard Piqué tem novo round. Além de disputar a guarda dos dois filhos, Milan, de 9 anos, e Sasha, de 7, o casal recorreu à Justiça para decidir com quem fica o avião comprado para viagens da família. Segundo o jornal Prensa Libre, o avião está avaliado em 20 milhões de euros. O Learjet 60XR tem capacidade para 10 passageiros, um quarto com duas camas, uma sala de jantar e um espaço com televisão.
Depois de 12 anos juntos, o casal confirmou a separação em junho: "Temos pena de confirmar que estamos nos separando. Para o bem-estar dos nossos filhos, que são a nossa prioridade, pedimos que respeitem a nossa privacidade", disse Shakira na ocasião.
O Ministério Público espanhol formalizou em julho uma acusação contra Shakira por crimes de fraude fiscal e quer que ela seja condenada a oito anos e dois meses de prisão, além do pagamento de uma multa de 23 milhões de euros. Segundo o órgão, Shakira teria lesado o estado espanhol em 14,5 milhões de euros por não pagar impostos entre 2012 e 2014.
A cantora se declara inocente, rejeitou um acordo com o Ministério Público na quarta-feira e disse que estava disposta a ir a julgamento.
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Agora, o Tribunal de Barcelona deve decidir se deve finalmente abrir um julgamento oral para o artista de 45 anos, que pode chegar a um acordo com o Ministério Público até o último momento.
O desacordo entre as partes é, no entanto, quase total por enquanto. Em sua carta, o Ministério Público acusa Shakira de ter usado um "quadro corporativo" criado anos antes para evitar o pagamento de impostos na Espanha nos anos de 2012, 2013 e 2014, apesar de já ter residido no país havia mais de 183 dias por ano estipulado por lei, ou seja, a artista teria simulado que não morou no país para não pagar impostos. Por isso, pede penas de mais de oito anos de prisão e o pagamento de uma multa de quase 24 milhões de euros (R$ 127 milhões).
A carta chega dois dias depois que os advogados da cantora anunciaram que haviam rejeitado um acordo com o Ministério Público e que pretendiam ir a julgamento.
"Com a plena convicção de sua inocência (...) Shakira não aceita acordo" com o Ministério Público e "decide avançar" com o processo, disseram seus representantes legais em comunicado em Barcelona, onde reside a cantora, que se mostrou confiante de que "a justiça vai provar que ela está certa".
Denunciando "uma total violação de seus direitos", Shakira afirmou no comunicado que "a promotoria tem insistido em recolher o dinheiro ganho em [suas] turnês internacionais e no 'The Voice'", o programa de televisão americano em que foi jurada , num período em que "ainda não era residente na Espanha".
A intérprete de "Waka Waka" ou "Hips Don't Lie" lembrou que pagou 17,2 milhões de euros reivindicados e, por isso, considera que "não há dívida pendente com o Tesouro".
De acordo com a denúncia, no entanto, Shakira morava na Espanha pelo menos desde o ano fiscal de 2012, logo após sua relação com o jogador do FC Barcelona Gerard Piqué ter sido tornada pública, mas ela manteve sua residência oficial nas Bahamas até 2015, considerada um paraíso fiscal.
O casal, que tem dois filhos, anunciou a separação em junho passado.
Em maio, um tribunal de Barcelona rejeitou um recurso interposto por Isabel Mebarak Ripoll, nome completo da artista, que pediu o arquivamento da investigação.
Shakira apareceu nos chamados Pandora Papers, uma extensa investigação que apontou que centenas de personalidades recorreram a paraísos fiscais, principalmente para fugir das obrigações com impostos.