Música

Skank se despede do público com o último show da banda neste sábado, no Recife

Banda anunciou "separação por tempo indeterminado" no ano em que completa 30 anos; show deste sábado (15), no Classic Hall, em Olinda, faz parte da turnê de despedida

A banda Skank faz turnê de despedida, após 30 anos de carreiraA banda Skank faz turnê de despedida, após 30 anos de carreira - Foto: Diego Ruahn/Divulgação

“Tem um lugar diferente lá depois da saideira. Tem bandeira que recolhe, tem bandeira que asteia”, diz a canção “Saideira”, de Samuel Rosa - vocalista do Skank - em parceria com Rodrigo Fabiano Leão. No caso da banda, que já anunciou “separação por tempo indeterminado” no ano em que completa 30 anos, o show deste sábado (15), no Classic Hall, em Olinda, marca o recolhimento da bandeira de um grupo que escreveu sua história no rock nacional. 

Com ingressos quase esgotados - os últimos estão à venda na bilheteria do Classic Hall e no site Ticket 360 - o show será provavelmente a última oportunidade de assistir ao Skank em Pernambuco antes do fim desta anunciada turnê de despedida. 
“Está sendo uma experiência muito forte, pois estamos vivendo momentos que provavelmente não viveremos novamente”, conta o tecladista Henrique Portugal, que ao lado de Samuel Rosa (guitarra e voz), Lelo Zanetti (baixo), e Haroldo Ferretti (bateria) levará ao público os grandes clássicos da banda.
 

Despedida e novos caminhos individuais
Em novembro de 2019, o Skank anunciou a separação por “desejos individuais de experimentar novos caminhos musicais e pessoais. Sem brigas, sem decadência, sem barracos públicos e sem descartar a possibilidade de reuniões futuras. Pontuais? Comemorativas? Definitivas? Só o tempo dirá”, diz o anúncio publicado no site oficial do grupo. 

A turnê, que precisou ser adiada pela pandemia, tem levado aos palcos brasileiros os hits que embalam o público desde o início dos anos 1990, presentes nos nove álbuns de estúdio e mais de cinco milhões de unidades vendidas, três álbuns gravados ao vivo e 25 inserções em trilhas sonoras de novelas. “Estamos focados nestes últimos shows. Não pensamos no futuro. Não se faz uma separação pensando em voltar. Talvez algum dia a saudade bata forte, a ponto de fazermos algo juntos novamente”, pondera Henrique Portugal.

30 anos de sucesso
O Skank teve início em 1991, em Belo Horizonte, com a ideia de transportar dancehall jamaicano para o pop brasileiro. Lançou o primeiro álbum de forma independente e o sucesso underground despertou o interesse da poderosa Sony Music que, com a banda, inaugurou no Brasil o selo Chaos. Seu segundo disco, “Calango” (1994), foi explosivo: mais de 1 milhão de cópias vendidas e sucessos emplacados como "Jackie Tequila" e "Te Ver". 

A cada novo álbum, a banda foi consolidando sua identidade. O disco “O Samba Poconé” foi o passaporte para apresentações na França, Estados Unidos, Chile, Argentina, Suíça, Portugal, Espanha, Itália e Alemanha. Depois, o single "Garota Nacional" foi sucesso no Brasil e liderou por três meses a parada espanhola em sua versão original, em português, faixa que integrou a caixa “Soundtrack for a Century”, marcando os 100 anos da Sony Music. Anos depois, o grupo representou o Brasil no álbum “Allez! Ola! Olé!”, da Copa do Mundo de 1998. Desde então, o quarteto continuou lançando discos e emplacando hits como "Resposta", "Saideira", "Balada do Amor Inabalável", “Acima do Sol”, com meio milhão de cópias vendidas, entre outros.

Relação com Pernambuco
Além da influência da música jamaicana, o Skank teve a música na pernambucana como uma grande referência, sobretudo a partir de Chico Science & Nação Zumbi, Mundo Livre S/A e o Movimento Manguebeat, do qual são contemporâneos. “Temos uma relação longa com Recife e o estado de Pernambuco. Já tivemos a oportunidade de tocar no Interior, como Garanhuns e Caruaru, para dar exemplo. Sempre foram shows fortes, pois vocês gostam de música e principalmente de rock! O Abril pro Rock deu muita oportunidade para novos nomes, um grande exemplo de como vocês gostam de cultura”, lembra Henrique Portugal - a banda se apresentou no Festival em 1995. 

Henrique chegou a produzir, junto com o Haroldo Ferretti, uma música para o pernambucano Lenine chamada “Lavadeira do Rio”.“Hoje em dia, sigo e bato palma para meu companheiro de teclas, o Amaro Freitas. Quem sabe algum dia a gente possa fazer alguma coisa juntos. Como tenho um pai que toca sanfona, Luiz Gonzaga foi parte da trilha sonora da minha infância”, lembra Portugal. “Cada um do Skank criará seu novo caminho. Estaremos sempre na música”, completa Portugal, que já prepara parcerias com Leoni, Frejat e Marcos Valle.

SERVIÇO

Show de despedida do Skank
Hoje, a partir das 22h30
Onde: Classic Hall (Olinda) 
Ingressos: a partir de R$ 90 na bilheteria da casa de shows ou no site Ticket 360

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