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Cinema

Sofia Coppola e Woody Allen marcam presença no Festival de Veneza

A diretora americana Sofia Coppola revisita o mito Elvis Presley com "Priscilla", enquanto Woody Allen, acusado de abusos sexuais por sua filha adotiva, apresenta seu 50º filme, "Golpe de Sorte"

Sofia Coppola, Cailee Spaeny e Priscila Presley, no Festival de VenezaSofia Coppola, Cailee Spaeny e Priscila Presley, no Festival de Veneza - Foto: AFP

A diretora americana Sofia Coppola revisita o mito Elvis Presley com "Priscilla" nesta segunda-feira (04) no Festival de Veneza, enquanto seu compatriota Woody Allen apresenta, fora da competição, seu 50º filme, "Golpe de Sorte", rodado em francês.

Apenas um ano após o sucesso de "Elvis", o filme de Baz Luhrmann, Coppola volta a explorar a relação do rei do rock com sua esposa, a jovem Priscilla, que conheceu na Alemanha enquanto cumpria o serviço militar. Ela tinha apenas 14 anos, ele 24.

"Priscilla" é interpretada pela cantora e atriz Cailee Spaeny e Elvis pelo australiano Jacob Elordi.

O filme é baseado nas memórias da ex-esposa de Elvis, de quem se separou no início dos anos 1970, quando o cantor estava imerso em uma espiral autodestrutiva pelo uso de drogas.

Vencedor do Oscar pelo roteiro de "Encontros e Desencontros" (2003), da Palma de Ouro em 2006 por "Maria Antonieta", Sofia Coppola é uma diretora que fez fama como independente graças a festivais como o de Veneza, onde ganhou o Leão de Ouro por "Um Lugar Qualquer", em 2010.

Tanto ela, como os atores de "Priscilla" se beneficiaram de uma exceção especial do poderoso sindicato americano SAG-AFTRA, que lidera a greve que paralisou Hollywood, para promover este filme no estrangeiro.

A greve de atores, à qual os roteiristas aderiram, provocou a ausência de grande parte das estrelas e cineastas americanos no Lido.

"Priscilla" concorre ao Leão de Ouro com outros 22 filmes.

Afastado de Hollywood 

Aos 87 anos, Woody Allen tem uma fama ainda mais independente de Hollywood, mas tem seus próprios problemas.

Abalada pela onda do #MeToo, a indústria cinematográfica americana rejeita se associar a um diretor de cinema acusado de abusos sexuais por sua filha adotiva, Dylan, ocorridos supostamente em 1992, quando ele ainda vivia com Mia Farrow.

Duas investigações absolveram Allen, mas o escândalo ainda assombra o diretor, que tem dois filhos adotivos com sua atual esposa, Soon-Yi Previn.

O diretor nova-iorquino foi convidado a apresentar em Veneza "Golpe de Sorte", rodada na França com Lou de Laâge, Niels Schneider e Melvil Poupaud nos papeis principais.

O filme é um drama amoroso a partir do casual reencontro de dois ex-colegas de sala no ensino médio.

Ignorado até mesmo pela cidade à qual dedicou tantas produções, Nova York, Allen aos poucos direciona seus projetos à Europa.

No ano passado, estreou "O Festival do Amor", ambientado no Festival Internacional de Cinema de San Sebastián, depois ter escolhido Londres para gravar "Match Point" e Barcelona para "Vicky Cristina Barcelona". Há doze anos, a capital francesa foi cenário de outro filme de Allen, "Meia-noite em Paris".

O autor de "Manhattan" e "Hannah e Suas Irmãs" reconheceu recentemente que está para encerrar sua longa carreira cinematográfica.

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