Cinema

"Space Jam: Um Novo Legado": mensagens necessárias em um mundo cada vez mais high-tech

Filme de Malcom D. Lee mescla nostalgia do universo do Looney Tunes em meio à atuação do astro do basquete LeBron James

Cena deCena de - Foto: Divulgação

A arte que imita a vida que imita a arte, no cinema e em meio a realidades paralelas. Por mais ficcional que seja o roteiro, não é incomum as cinematografias levarem o óbvio de cotidianos às telas, reproduzindo o que já se sabe do lado de cá e que por vezes se torna melhor assimilado quando exposto em longas do estilo “Space Jam: Um Novo Legado”, longa de Malcom D. Lee que estreia nesta quinta-feira (15) em salas de cinema de todo o País.

Adaptado de “Space Jam: O Jogo do Século” (1996), a mistura de desenho animado e astros do basquete volta à tona, e dessa vez com LeBron James entrosado com os nostálgicos personagens do Looney Tunes, fazendo as vezes de Michael Jordan, a estrela das quadras americanas que atuou na primeira versão, há 25 anos. 

Jordan, no roteiro da década de 1990, juntou-se à turma do Pernalonga em um jogo de basquete que, se vencido, eliminaria terríveis alienígenas na terra.
 



Na versão atual, o jogador do Los Angeles Lakers também precisa entrar em quadra com os personagens dos Looney Tunes mas, dessa vez, para salvar o filho Dom (Cedric Joe) do universo tecnológico de Al G. Rhytm, vilão ‘high-tech’ vivido por Dom Cheadle, que instiga a rivalidade entre pai e filho, contrapondo de um lado a paixão pelo esporte ao fascínio por games, tecnologia e inteligências artificiais atrativas às gerações atuais. 

Em quadra, os digitais e malvados do time “Goon Squad” confrontam LeBron que se junta a Patolino, Frajola, Taz, Lola Bunny, Piu-Piu, Ligeirinho, Coiote, Papa-Léguas, Gaguinho, entre outros personagens saudosos a uma gente que se deleitava em frente à televisão dos anos de 1980 para manhãs e tardes de tiradas clássicas como “o que é que há velhinho?” do Pernalonga, líder da “trupe do bem” no filme. 

E é exatamente nessas duas pontas que “a moral da história” é exposta ao longo do roteiro, agradável aos que se valem de nostalgias no cinema ou a um público que não abre mão de mundos artificiais, inclusive no sentido “falso” que a palavra também pode ser traduzida, uma vez que em meio ao encantamento tecnológico o que deve valer é sempre o lado humano das relações, tal qual a de um LeBron que precisava resgatar o filho dos intermináveis algoritmos da Internet. Roteiro necessário para aguçar questionamentos e confortável para quem defende as relações pessoais em detrimento a uma era digital que se vale de importância mas também de perigos. 

Movimentado, como deve ser os bons filmes de aventura, e divertido, reação inevitável quando se tem personagens do Looney Tunes em meio a passagens que trazem, por exemplo, a Vovó e Pernalonga em figurinos que parodiam cena de Matrix (1999), o longa da produtora Warner Bros – cujo roteiro é de Ryan Coogler e Sev Ohanian - revisita a atmosfera saudosa dos desenhos animados ao mesmo tempo em que explora na narrativa mensagens indispensáveis aos tempos atuais, entre elas, além das já faladas relações pessoais x tecnologia, outras, exibidas inclusive pela ausência de um dos personagens famosos dos Tunes, o gambá Pepe Le Pew, conhecido pelo mau cheiro e pela sedução incansável à sua musa Penelope Pussycat.

e fato, comportamentos abusivos e incentivo à cultura do estupro são inteiramente dispensáveis a qualquer dos mundos: o da arte ou da vida. Esse foi mais um acerto de "Space Jam: Um Novo Legado".

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