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PLATAFORMA DE MÚSICA

Músicas misteriosas invadem perfis de famosos da MPB na plataforma Spotify

Faixas de nomes como Emilio Santiago, Fagner e Eduardo Dussek trazem apenas instrumentais como solos de guitarra

SpotifySpotify - Foto: Pexels/Reprodução

Você entra no Spotify, vai ao perfil de um artista consagrado da MPB e se depara com um lançamento dele (mesmo que, em alguns casos, esse artista já tenha morrido há alguns anos).

Animado, você cai ouvir a música e não só não ouve a voz dele como nada parecido com a sua obra: o que há lá é uma faixa instrumental, de banda, com uma guitarra solista.

É o que tem acontecido em músicas lançadas desde dezembro, de nomes como Emilio Santiago, Angela Maria, Jair Rodrigues, Fagner, Nana Caymmi, Eduardo Dussek, Dalto e o grupo 14 Bis.

Com capinhas genéricas, sem fotos dos artistas, e gravadoras identificadas apenas pelo próprio nome do intérprete, como se fossem lançamentos independentes seus, as músicas têm em comum apenas o fato de serem instrumentais guiadas por guitarras.

 

É o caso da jazzísticas “Voz do bloco” (Nana Caymmi, lançada na quinta-feira, apesar de a cantora estar hospitalizada desde agosto) e “Datalhes” (sic, de Emilio Santiago, artista falecido em 2013, lançada na sexta), da pop “Fim de caso” (Eduardo Dussek) e do ragtime “Suave” (Angela Maria, cantora que morreu em 2018), as duas lançadas no último dia 27.

Uma guitarra jazzy, sem acompanhamento, é o que se ouve em “Como”, faixa lançada no último dia 13 e creditada a Fagner e Jair Rodrigues (este, cantor que morreu em 2014). No mesmo dia, também foi lançada “Arrasta”, faixa com guitarra havaiana, creditada em nome do cantor Dalto (do sucesso “Muito estranho”).

E desde o último dia 20 está no Spotify, com uma capa com foto do Cristo Redentor, a faixa “Reza forte”, faixa de jazz que nada lembra o grupo mineiro de rock 14 Bis.

Nos créditos, os autores das músicas variam: Oscar Batista (“Voz do bloco”), Juan Lucho (“Datalhes”), João Oliveira (“Fim de caso”), Carl Deu (“Suave”), Fabio Luiz (“Como”), Ricardo Cocha (“Arrasta”) e Jorge Duarte (“Reza forte”). Nada que permita desvendar o mistério acerca dessas faixas que já têm plays entre a casa dos milhares de dezenas de milhares.

— (Essa faixa) NÃO É MINHA, obrigado por avisar! — surpreendeu-se o cantor Dalto, ao seu confrontado com a “Arrasta” a ele creditada como intérprete.

O GLOBO aguarda respostas dos artistas e do Spotify.

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