Stalker de Débora Falabella: moradora do Recife perseguiu atriz por mais de 10 anos
Justiça considerou stalker de Débora inimputável após perícia psiquiatra
A atriz Débora Falabella revelou que conviveu com a perseguição de uma stalker por cerca de 10 anos. A mulher, moradora do Recife, encontrou a artista pela primeira vez em 2013 e desde então passou a fantasiar um relacionamento amoroso com Débora.
O caso veio à tona depois que a prisão da stalker foi revogada pela justiça e a atriz falou pela primeira vez sobre o caso.
Depois que a mulher descompriu uma medida protetiva, por mandar mensagens no Whatsapp de Débora, foi declarada inimputável pela justiça.
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Quando foi presa no Recife, em fevereiro deste ano, a mulher foi submetida a uma perícia psiquiátrica, sendo diagnosticada com esquizofrenia.
Segundo o G1, a prisão ocorreu numa clínica psiquiátrica em Camaragibe, no Grande Recife, e a suspeita foi levada à Colônia Penal Feminina do Recife, no bairro da Iputinga, na Zona Oeste da capital.
Após a divulgação do laudo pericial que a considerou incapaz de compreender a ilicitude de seus atos, sua prisão foi revogada.
Stalker de Débora Falabella: linha do tempo
Em 2013, a até então fã encontrou Débora num elevador no Rio de Janeiro e pediu uma foto. Nos dias seguintes, a mulher, que não teve seu nome revelado, passou a mandar vários objetos e cartas com mensagens invasivas.
Dois anos depois, quando Débora estava em cartaz com uma peça no Sesc de Copacabana, no Rio, a perseguidora fez a sua primeira investida física, quando tentou entrar à força no camarim da atriz e teve que ser retirada do local por seguranças.
Nessa época, a atriz registrou o caso na delegacia alegando ameaça, mas o processo não teve continuidade por parte de Débora.
Outra caso de perseguição aconteceu em 2018, em São Paulo, quando a stalker foi a uma peça da atriz e sentou na primeira fila. Assim que Débora entrou em cena a mulher foi embora.
Com o tempo a situação foi se agravando, e a mulher começou a mandar mensagens para Débora e sua irmã, relatando ter um relacionamento amoroso e uma "conexão telepática" com a atriz.
O ápice da perseguição aconteceu em 2022, quando a mulher descobriu o endereço de Débora e apareceu na sua portaria com malas.
Na ocasião, a stalker chegou a encontrar uma funcionária de Débora a quem disse ter “encontros telepáticos” com a atriz, além de gritar por ela.
A atitude resultou numa representação criminal contra a mulher por crime de perseguição, que caso condenada tem pena de 6 meses a 2 anos.
Entretanto, a perseguidora não parou e, no final do mesmo ano, descobriu a pousada em que Débora estava passando férias na Bahia. Ela tentou contato pedindo ajuda à dona do estabelecimento.
A Justiça de São Paulo concedeu medida protetiva em favor de Débora Falabella, depois que a stalker mandou uma livro de Romeu e Julieta acompanhando de um bilhete com a mensagem:
“Para o meu Romeu, com muito amor”.
Segundo a lei, a perseguidora foi proibida de manter contato com a atriz por qualquer meio de comunicação, além de frequentar os mesmos lugares que a atriz, mantendo distância mínima de 500 metros, sob pena de prisão.
Em junho de 2023, o Ministério Público ofereceu denúncia, recebida pela Justiça, que tornou a suspeita ré pela prática de perseguição contra a atriz.
O juiz do caso instaurou um incidente de insanidade mental para verificar se a mulher tinha ou não plena ciência dos atos praticados por ela e, consequentemente, se ela poderia cumprir algum tipo de pena em caso de condenação.
Entretanto ela não compareceu a exames agendados em duas datas, além de concordar com a prisão preventiva.
Foi em setembro do mesmo ano que a perseguidora descumpriu a medida da justiça depois que mandou mensagens se desculpando e propondo um encontro com Débora.
Quando foi presa em fevereiro deste ano no Recife, a perseguidora solicitou a revogação da prisão e alegou transtornos mentais. O pedido foi negado pela Justiça, que reiterou a necessidade de realização de um exame psiquiátrico.
Com a perícia psiquiátrica feita, a stalker foi diagnosticada com esquizofrenia, o que a tornou inimputável.
Mesmo com a prisão revogada, a perseguidora ainda deve cumprir todas as medidas cautelares de afastamento da atriz, sob pena de internação provisória.
Em entrevista ao jornal O Globo, Débora falou pela primeira vez sobre o caso:
“É ruim. Tem uma perseguição atrás por um trabalho que faço e pelo qual essa pessoa chega até a mim. E tem a vida dela. Ela tem uma família que pode cuidar, tem condições de ser tratada. Espero que seja”.
A atriz desse também que preferiu não expor antes por respeito a história e os problemas que a mulher enfrenta.
“É algo de que evito falar. Porque tem a minha história e a história dela que, com certeza, tem problemas. Estão cuidando para que seja da forma melhor possível, tanto pra mim quanto pra ela. A gente viu ‘Bebê Rena’. Nunca tive contato, não a conheço. É essa relação de fã”, completa Débora.
Mesmo com a prisão revogada a perseguidora ainda deve cumprir todas as medidas cautelares de afastamento da atriz, sob pena de internação provisória.