Sucesso no Brasil, 'Betty, a feia' marca presença na Semana de Moda de Paris; entenda
Trama se tornou novela de maior sucesso da história da televisão, segundo o Guinness
A famosa série colombiana "Yo soy Betty, la fea" ("Betty, a feia", no Brasil), que faz sucesso em todo o mundo há duas décadas, infiltrou-se nesta terça-feira na Paris Fashion Week, apresentando uma coleção do estilista Hugo Lombardi. Em plena Semana da Moda na capital francesa, e nas mesmas datas dos desfiles de grandes nomes da alta costura francesa, como Dior ou Saint Laurent, Lombardi, interpretado pelo ator Julián Arango, apresentou uma série de criações de inspiração étnica.
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Na verdade, eram peças da coleção do (verdadeiro) designer colombiano Andrés Otálora. Originária de Cali, a criadora brinca com tecidos arejados, estampas em tons avermelhados e verdes, e vestidos com cintura marcada e decotes pronunciados.
Abrindo e fechando o desfile estiveram as atrizes Natalia Ramírez, com paletó dourado, e Lorna Cepeda, com vestido de cetim preto e botas brilhantes, que encarnam respectivamente Marcela e Patrícia, também duas protagonistas de "Yo soy Betty, la fea". Na série, ambas impossibilitaram a vida de Betty, a protagonista, uma garota brilhante, mas pouco atraente, que conseguiu fazer sucesso na empresa Ecomoda, onde reinavam as aparências e a beleza.
A série estreou na Colômbia em 1999 e teve muito sucesso. Foi transmitida para toda a América Latina e posteriormente traduzida ou adaptada em dezenas de países, incluindo Brasil, Espanha, Polônia, China e Índia. Nos Estados Unidos, "Ugly Betty" (2006) foi estrelado pela atriz America Ferrera. A trama fez tanto sucesso que se tornou a novela de maior sucesso da história da televisão, segundo o Guinness World Record.
"Mais consciência"
Um quarto de século depois, o mesmo elenco, liderado por Ana María Orozco (Betty) e Jorge Enrique Abello (Armando), retorna às telas para a sequência "Ugly Betty", que estreará no Prime Video em mais de 240 países e territórios em todo o mundo em 2024, de acordo com a plataforma de streaming da Amazon.
O novo filme, dirigido por Mauricio Cruz Fortunato, contará a história de Betty 20 anos depois, hoje uma empresária casada que precisa lidar com uma filha adolescente e os problemas financeiros de sua empresa. Para Lorna Cepeda, a sequência mantém “a essência” da primeira história.
“É como se nos despedíssemos há uma semana e nos encontrássemos novamente”, disse ele à AFP sobre seus colegas de elenco de duas décadas atrás.
Mas em um contexto totalmente diferente, depois do choque do #MeToo no mundo do cinema e do crescente número de reclamações sobre assédio, a ideia inicial de “Ugly Betty” ganha mais força.
“Sinto que mesmo que o mundo tenha mudado muito, ainda falta muita coisa. O bullying ainda existe, o racismo ainda existe, uma série de coisas que ainda assustam. um pouco mais de consciência", diz a intérprete.
Maleja Restrepo, “influencer” colombiana com 4,5 milhões de seguidores, presente no desfile, também defende o peso das mulheres na série.
“Há um poder muito importante com a presença da mulher na série, vemos isso através do quartel feio [um grupo de funcionários da Ecomoda], da Betty, filha da Betty", explica. “Ugly Betty” será adicionada à lista de filmes e séries colombianos do catálogo do Prime Video, como “Noticia de un sequestro” ou “Vida após a realidade”.