CINEMA

Suzana Pires raspa a cabeça para viver protagonista de filme, que enfrenta câncer de mama

Dirigido por Rosane Svartman e inspirado na história real da produtora de cinema Clélia Bessa, o longa traz também Marieta Severo e Fabiana Karla no elenco

Suzana Pires foi às lágrimas ao raspar a cabeça para encarnar a protagonista do filmeSuzana Pires foi às lágrimas ao raspar a cabeça para encarnar a protagonista do filme - Foto: Divulgação/Mariana Vianna

Suzana Pires raspou a cabeça para viver a professora de matemática e influencer educacional Clara, protagonista do filme "Câncer com Ascendente em Virgem". O longa, dirigido por Rosane Svartman, está sendo rodado no Rio de Janeiro.

A ficção é baseada na história real e inspiradora da produtora Clélia Bessa, que durante o tratamento que a curou de um câncer de mama em 2008, lançou o emocionante e divertido blog "Estou com câncer, e daí?". Ali, ela dividia com leitores as suas experiências de uma forma leve e bem-humorada.

Marieta Severo e Suzana Pires

Ao ter o cabelo cortado, Suzana, que também assina o roteiro (junto com Martha Mendonça e Pedro Reinato), foi às lágrimas. Raspar a cabeça de verdade foi uma decisão da atriz, que procurou chegar o mais perto possível do estado emocional enfrentado pela protagonista.

"Tive um completo desprendimento de vaidade. E é como se eu tivesse em carne viva emocional. Não é um lugar fácil de chegar, de me deixar atravessar. Só estou conseguindo por causa do acolhimento da equipe, formada, em maioria, por mulheres. Não só acolhimento pessoal, como de produção. Saí da minha casa, estou hospedada em um hotel, há todo um cuidado estrutural e emocional para que a personagem tenha esse grau de mergulho. E não estamos nos poupando - afirma. - Este um projeto que, desde o início, pedia muito envolvimento. E pude estar desde o começo, ao escrever o roteiro. O filme parte da história da Clélia, mas vira a história de todas nós, mulheres" analisa Suzana, que ganhou uma peruca de Clélia.

Durante o processo do roteiro, Suzana passava por uma experiência real com o pai, então diagnosticado com câncer de pulmão. O médico deu seis meses de vida, mas ele está há oito anos firme e forte e, hoje, lida com as consequências de sessões de quimioterapia e radioterapia.

"Não é uma doença distante de mim, ela está na minha vida há muitos anos. Quando se tem um diagnóstico desse na família, a morte vira um assunto. Você pode nem falar, mas ela passa a ser presente. E esse tema é algo que a sociedade ocidental não coloca em discussão, há um tabu. A gente foi entendendo no roteiro como, a partir do diagnóstico, se vive com essa bomba relógio dentro de si. O momento de tratar a coisa com humor e as horas em que não há humor algum."

Enquanto Suzana ficou careca, Marieta Severo, que interpreta Leda, a mãe da protagonista, colocou megahair no cabelo. É uma mulher moderna e esotérica, de bem com a vida, autoconfiante, portelense de coração, que adora uma roda de samba e uma cervejinha. E que, depois do susto, segura as pontas da filha quando ela descobre que tem câncer de mama.

"Acho que qualquer história que vá contra estigmatizações e preconceitos é importantes de ser contada. E essa é muito especial, não lembro de nenhum filme brasileiro que tenha tocado nesse assunto dessa forma leve e positiva."

Marieta conta que recebeu o roteiro no mesmo dia em que gravou um vídeo para a campanha Outubro Rosa revelando sua luta contra um câncer no endométrio.

-Pensei: "Não estou acreditando que que recebi esse roteiro justamente hoje". Por esse e todos os motivos pessoais, vi que tinha que ajudar a contar essa história - afirma. - Na minha época, não se falava a palavra câncer. Todo mundo dizia: 'está com 'aquilo'". É importante derrubar certos dogmas, mostrar que a vida está aí forte. Leda tem essa função, uma leveza, um toque positivo. É mística, acredita em tudo. É um ingrediente que ajuda a contar essa história de maneira prazerosa. Ter me permitido reviver isso na ficção está sendo positivo. Porque a arte tem essa função de cura, de mexer em lugares que, às vezes, você não quer revisitar, mas fazendo isso, se transforma.

Nathália Costa faz o papel de Alice, filha de Clara, que aos 14 anos tem sua rebeldia adolescente ressignificada pela doença da mãe. Fabiana Karla é Dircinha, amiga de Carla, paciente paliativa que lida com o câncer de forma positiva e é rodeada de amor e fé. Ângelo Paes Leme dá vida para Renato, ex-marido de Clara, um pai ausente de Alice e adepto de procedimentos estéticos em uma tentativa de controlar o tempo. Já Julia Konrad é Ju, namorada de Paulo, uma cirurgiã plástica de bem com a vida e que tem um histórico de luta com a sua saúde. Carla Cristina Cardoso faz o papel de Paula, amiga do peito e de todas as horas.

Com produção da Raccord Produções e coprodução da Globo Filmes, o longa está previsto para ser lançado em 2024, com distribuição da Downtown Filmes. O filme tem parcerias com o Instituto Dona de Si, Magazine Luiza e FSA/Ancine.

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