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Televisão

A novela das 21h mais assistida do milênio

"Senhora do Destino", de Aguinaldo Silva, completa 15 anos em junho e firma-se como um marco não só na vida do autor, mas na teledramaturgia brasileira

Susana Vieira e Carolina Dieckmann brilharam na trama Susana Vieira e Carolina Dieckmann brilharam na trama  - Foto: Divulgação

 Aguinaldo Silva, durante os anos 1990, adotou uma fórmula para criar as suas novelas das nove. “Pedra Sobre Pedra”, “Fera Ferida” e “A Indomada” foram grandes sucessos de público e têm em comum a ambientação em alguma fictícia cidade nordestina, realismo fantástico, vilãs exageradas, boas doses de humor e açucaradas histórias de amor. Quando o autor tentou entrar com cenário da vida urbana, o sucesso não foi tão grande, com "Suave Veneno", em 1999. Resolveu, então, misturar os dois em "Porto dos Milagres", em 2001. Mas não ficou satisfeito.

Aguinaldo Silva resolveu criar

Aguinaldo Silva resolveu criar "Senhora do Destino" de uma inquietação criativa - Crédito: Divulgação 

Foi só em "Senhora do Destino" que Aguinaldo voltou aos holofotes. A trama é a de maior audiência do horário das nove no novo milênio, com média geral de 50 pontos, e que completa 15 anos de exibição neste mês. “Queria me renovar e não aguentava mais escrever com toques de fantasia. Cheguei a pensar em largar as novelas caso a Globo pedisse uma outra produção do tipo", lembra.

A ultrarrealista “Senhora do Destino” foi livremente inspirada no caso do menino Pedrinho, sequestrado de uma maternidade de Brasília por Vilma Costa, em 1986. O crime só viria a ser descoberto 16 anos depois. Na primeira fase da trama, em meio ao caos instaurado pela ditadura no Rio de Janeiro, no final da década de 1960, a retirante pernambucana Maria do Carmo, de Carolina Dieckmann, acaba tendo a filha roubada pela tresloucada Nazaré, de Adriana Esteves.

Dieckamann vive Maria do Carmo na primeira fase da novela

Dieckamann vive Maria do Carmo na primeira fase da novela - Crédito: Divulgação

Quase 30 anos depois, Maria do Carmo, agora interpretada por Susana Vieira, já com seus quatro outros filhos criados - Reginaldo, Viriato, Leandro e Plínio, de Eduardo Moscovis, Marcello Antony, Leonardo Vieira e Dado Dolabella -, surge como uma bem-sucedida empresária de Duque de Caxias, município da Baixada Fluminense. E com a ajuda de seus dois pretendentes, Dirceu e Giovanni Improtta, de José Mayer e José Wilker, continua a buscar pistas que a levem a Lindalva, sua filha desaparecida, papel também defendido por Dieckmann. “Maria do Carmo é uma das mulheres mais fortes que já interpretei. O ‘calo’ dela era a ausência da filha. Ela se culpava muito por isso. O papel era um maravilhoso exercício emocional. Adoro fazer esses tipos!”, ressalta Susana Vieira.
A personagem Nazaré também consagrou Renata Sorrah

A personagem Nazaré também consagrou Renata Sorrah - Crédito: Divulgação 

Sem nem sonhar que foi roubada, Lindalva cresceu sendo chamada de Isabel por Nazaré, personagem de Renata Sorrah. Ex-prostituta, desbocada, exagerada, interesseira e amoral, a vilã caiu no gosto do público por conta do desempenho solar de Sorrah e do texto afiado imposto pelo autor. “Aguinaldo é bom de vilã e Nazaré marcou muito. Até hoje as pessoas brincam comigo nas ruas e fazem referências à personagem. A repercussão foi e é surpreendente. Virou um comparativo para tudo o que fiz depois na tevê”, assume Renata. Ao lado de Nazaré, outro tipo que ofuscou o resto do elenco foi Giovanni Improtta, bicheiro com ares de anti-herói interpretado pelo falecido José Wilker – em 2013, o próprio Wilker dirigiu um filme protagonizado pelo personagem.

 

O núcleo engraçado da trama

O núcleo engraçado da trama - Crédito: Divulgação 

A fase final da novela deixou o Brasil ansioso

A fase final da novela deixou o Brasil ansioso - Crédito: Divulgação

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