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Televisão

Leda Nagle festeja sucesso de seu canal no YouTube

Apresentadora e jornalista Leda Nagle celebra liberdade do novo trabalho e interação mais intensa com o público, algo que nunca experimentou na televisão

Leda Nagle, apresentadora e jornalista Leda Nagle, apresentadora e jornalista  - Foto: Divulgação

Já faz dois anos que Leda Nagle trocou a televisão pela internet. E o balanço desse período não poderia ser melhor. Desde que lançou seu canal no YouTube, a jornalista experimenta uma liberdade nova no trabalho e uma interação com o público como nunca viu antes. Além disso, tem conseguido entrevistados interessantes sem grandes dificuldades.

“É um mundo novo onde me joguei de cabeça e o resultado é muito bom, pelo número de visualizações, pelo aceite das pessoas mais interessantes do país em participar do canal e pelo prazer de interagir com o público que através dos comentários”, conta ela, que acumula mais de 400 mil seguidores.

A saída do “Sem Censura”, Leda encara como uma página virada. Durante quase 21 anos, ela comandou o programa da TV Cultura e se orgulha da trajetória que construiu. Mas entendeu que era hora de olhar para frente.

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“Tenho a certeza de que fiz um bom trabalho, mas acabou, passou. Agora, apresento o canal Leda Nagle no YouTube com a mesma garra, paixão e profissionalismo com que conduzi minha carreira de 40 anos de trabalho com a informação”, assegura.

Que ganhos você teve quando decidiu trabalhar com a internet? E quais são as desvantagens desse segmento?

Começando pela desvantagem, eu diria que a busca de patrocínio é bem chata. A gente percebe que as pessoas ainda não entendem direito o que é o YouTube e a força que o canal tem como formador de opinião que é. Mas isso é uma conquista, uma construção e estou tão feliz em trabalhar com a internet, fazendo o que eu mais gosto de fazer, que é entrevistar, que só vejo prazer. Acho que o maior ganho foi me aproximar muito do meu público, me permitir interagir mais com ele e ter total liberdade de programar o canal.

Qual é a sensação de ser sua própria patroa em seu canal?

A liberdade é muito saborosa e estou aproveitando muito tudo o que ela proporciona. Ao mesmo tempo vem uma responsabilidade maior na medida em que você é quem manda, produz, decide, executa, programa e cria a ordem das entrevistas no ar. A liberdade é do mesmo tamanho e tem a mesma força que a responsabilidade. Para o bem e para o mal.

Teve alguma entrevista em seu canal que foi mais marcante?

Todas as entrevistas são importantes, mas sempre uma ou outra se destaca por gerar mais polêmica, como a do Zezé Di Camargo ou a do Carlos Bolsonaro, que nunca tinha dado uma entrevista longa e muita gente descobriu a voz dele e as ideias dele no canal Leda Nagle. Foi um furo de reportagem, como a gente diria, se ainda estivesse na imprensa escrita ou até mesmo na tevê. Mas as longas entrevistas com médicos como Dr. Lair Ribeiro também foram muito boas porque empoderam o público, com importantes informações sobre a saúde que irão influenciar positivamente a vida das pessoas. Outro destaque foi a entrevista do Padre Fabio de Melo falando da depressão, da morte da irmã e como ele estava se tratando, muito antes de falar sobre estes temas na tevê.

Você sente falta da televisão?

Não. Realmente não sinto falta da televisão. Sinto a mesma energia que sentia na tevê agora no Youtube. E acho mesmo que as pessoas se soltam mais no Youtube e, com isso, a entrevista fica mais solta, mais livre do que na tevê.

A sua percepção sobre a profissão mudou com o trabalho no YouTube?

A minha concepção sobre a profissão não mudou na essência. Eu continuo achando que a informação é uma moeda, uma “commodity”, que deve ser democratizada da maior e melhor maneira possível. Eu acredito no jornalismo que ouve todas as ideologias, sem preconceito, sem partidarismo ou militância. Acho que o jornalista não deve ser um militante, deve ser veículo, levar todas as informações para o público de uma maneira honesta e transparente. Entrevista não é debate entre entrevistador e entrevistado. É um espaço para o entrevistado falar, expor seus pensamentos. Cabe ao público tirar suas conclusões e fazer suas interpretações. Eu tenho muito orgulho de ser jornalista.

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