"The good doctor": protagonista fala sobre personagem na última temporada
Sétima temporada também terá outra personagem do espectro autista
Leia também
• "The good doctor" e "Pedaço de mim": as estreias de séries no streaming em julho de 2024
• No streaming, filme de Pier Paolo Pasolini volta a chocar brasileiros
• Depois de ''Titanic'': filmes com Kate Winslet e com Leonardo DiCaprio para ver no streaming
Um mês antes de terminar de gravar a sétima e última temporada de “The good doctor: O bom doutor”, que estreia nesta quarta-feira 93) no Globoplay, o ator Freddie Highmore, intérprete do protagonista Dr. Shaun Murphy, sentia-se como na formatura da faculdade.
— Estou chegando ao fim dessa fase incrível, com um grupo incrível de pessoas, em um ambiente que sei que nunca existirá da mesma maneira novamente — disse o ator de "The good doctor", em entrevista por chamada de vídeo ao Globo, direto de uma das salas produção, num dos intervalos de gravações. — Isso te deixa nostálgico e reflexivo.
Os fãs da série "The good doctor" devem estar se sentindo assim também. Estão, afinal, desde 2017 acompanhando o crescimento pessoal e profissional do jovem médico com transtorno do espectro autista. Para esta última etapa, os roteiristas deixaram o maior desafio da vida: a paternidade, como mostrou o episódio final da sexta temporada, quando Lea dá à luz Steve.
— Isso vai mudar fundamentalmente quem ele é e como ele vê o mundo — diz Freddie. —Seu relacionamento com Lea (a atriz Paige Spara), com sua própria figura paterna, o doutor Glassman (Richard Schiff). Do ponto de vista de Shaun, será empolgante e diferente vê-lo tanto como cirurgião quanto como pai.
Nova personagem
“The good doctor” é uma adaptação de uma série sul-coreana, exibida em 2013, que também conta a história de um médico com o transtorno. Freddie não é uma pessoa neurodivergente (o termo cunhado pela socióloga australiana Judy Singer no final dos anos 1990, para se referir a pessoa com características neurológicas diferentes do que é considerado típico), mas diz ter recebido, em sua maioria, feedbacks positivos da comunidade com sua interpretação.
— As mensagens e interações que tive com pessoas que estão no espectro ou com familiares delas, que foram tocados pelo programa ou que veem um pouco de sua própria experiência refletida nele, é certamente o que de mais significativo levo desses sete anos. Sempre esperei que isso fosse mais do que apenas um programa de TV e que tivesse um significado e uma ressonância mais amplos.— reflete o ator. — E se, de alguma pequena, minúscula maneira, essa história e essa atração puderam desafiar estereótipos ou aumentar a conscientização sobre o autismo, então isso seria certamente a coisa de que mais me orgulho.
Nesta nova leva de episódios, a série finalmente ganha um segundo personagem com autismo, a estudante de medicina Charlie, que cria um arco de tensão com o protagonista. A atriz escolhida para o papel é Kayla Cromer, que faz parte do espectro.
— Isso certamente é uma grande parte desta temporada — diz o ator, referindo-se também a Dom, outro estudante que também chega ao hospital San Jose St. Bonaventure. — Vemos Shaun como professor e tipo de modelo para essas pessoas. Mas a comunicação nunca foi um ponto forte dele, e acho que vai ter dificuldades em ser chefe e tentar transmitir sabedoria. Em relação a Charlie isso é ainda mais específico, porque partes dela lembram Shaun de si mesmo. Mas o que queremos explorar com a personagem são as maneiras em que eles são diferentes um do outro. Shaun, como sempre dissemos, é uma pessoa e nunca foi capaz, nem deveria, de representar todos que estão no espectro. Acho que oferecer uma visão diferente do autismo por meio de Charlie vai ser empolgante e também importante.