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The Last of Us, um dos maiores clássicos dos videogames, vira série

O seriado estreou nesse domingo (15) e ganha um episódio novo toda semana, sempre aos domingos, às 23h, na HBO e HBO Max

The Last of Us The Last of Us  - Foto: Divulgação

Baseado no videogame homônimo de quase dez anos, "The Last of Us" é uma série de drama pós-apocalíptico estrelando dois “ex-Game of ThronesPedro Pascal, no papel de Joel, e Bella Ramsey no papel de Ellie. Craig Mazin, de Chernobyl, e Neil Druckman, assinam o roteiro, que chegou às telas no último domingo.

O elenco também conta com Anna Torv (Fringe), Gabriel Luna (O Exterminador do Futuro), Nico Parker (Dumbo), Nick Offerman (Parks and Recreation), Murray Bartlett (The White Lotus) e Storm Reid (Euphoria).

Após uma geração de gamers traumatizados com as adaptações baratas feitas pela indústria do cinema e da televisão, as coisas parecem estar mudando desde Castlevania, Cuphead e Arcane da Netflix. Para não ficar para trás na corrida, a HBO abriu seu canal para não assinantes durante a estreia, numa tentativa de chamar a atenção não só dos jogadores, mas também dos órfãos de séries de zumbi, após o final de “The Walking Dead” no ano passado. Ao que tudo indica, o plano tem tudo para dar certo já que, pouco após sua première, a obra já contava com 100% no Rotten Tomatoes e o site da emissora tem sofrido com instabilidade com a quantidade de acessos.

“The Last of Us” carrega um nome pesado
Em 2013, o mercado de jogos enfrentava um dilema entre priorizar a gameplay ou focar na narrativa, visto que títulos estavam ganhando mais reconhecimento pelas suas tramas. “The Last of Us” apareceu para decidir esse debate, mesclando roteiro com suas mecânicas e provando que os dois podem se completar.

O game levou todos os prêmios possíveis para casa em um ano em que a competição não estava fácil, disputando a premiação principal com “GTA V” e “Bioshock Infinite”, mas a vitória foi incontestável e unânime. A produção da “Naughty Dog” elevou o padrão do que chamamos de videogame hoje em dia com um jogo que acertava em tudo: narrativa, visuais, trilha sonora e jogabilidade. Desde então, a empresa, famosa pela criação de um dos personagens mais queridinhos da Sony, “Crash Bandicoot”, se tornou um dos maiores selos de qualidade quando se trata de mídia interativa visual.

Continuando com a fama de utilizar de artifícios cinemáticos nos seus jogos, como já fazia na franquia “Uncharted”, Neil Druckman decidiu explorar o pós-apocalíptico numa época que a ficção estava saturada dos clichês de zumbis para provar que ainda existiam novas histórias dentro do gênero para serem contadas, tentativa que resultou em um roteiro que supera o de muitos filmes de Hollywood.



A trama
Em um futuro pós-apocalíptico, quando um surto de fungo tomou conta do mundo e começou a parasitar o cérebro dos seres humanos, os transformando em mortos-vivos, Joel trabalha contrabandeando carga para dentro e fora de uma cidade controlada por militares. Até que ele recebe a missão de levar Ellie, uma garota de 14 anos imune a infecção, para fora da zona de quarentena.

O que deveria ser um trabalho simples para ele se torna uma viagem para o outro lado do Estados Unidos, onde estão os Vagalumes, uma milícia revolucionária que promete transformar a menina na cura da doença, e agora ambos dependem um do outro para sobreviver. No meio da jornada, eles exploram todos os estereótipos pós-apocalípticos sem deixar a originalidade de lado. A pandemia é apenas um plano de fundo para uma história muito mais íntima, humana e dramática.



Fiel e ousada
Mesmo que a adaptação pareça redundante, por ser praticamente um filme em formato de jogo de volta para o audiovisual, Druckman soube exatamente como comandar uma série fiel ao material original e ao mesmo tempo aprofundar o suficiente para parecer algo novo. Como, por exemplo, os momentos que ressignificam o início dos casos da doença fictícia, e a negligência das pessoas para lidar com ela, para fazer um paralelo com a pandemia de Covid-19.

A tecnologia de “motion Capture” usada no game foi o que permitiu performances dignas de Oscar em um enredo que depende completamente dos seus personagens para ir para frente. A série não podia ser diferente e apostou em atuações que conseguem dar vida aos seus protagonistas complexos e que em meio episódio já cativam até mesmo a audiência mais familiarizada com suas personalidades. Ou seja, a série emula a parte mais difícil do videogame: sua qualidade.

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