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"Ao som desse bolero"

Tiné lança 'Românticos do Rosarinho' nesta quinta (19), no Terra Café

Terceiro disco do pernambucano Tiné traz a verve dançante do bolero brasileiro

Tiné lança seu terceiro9 disco, "Românticos do Rosarinho", no Terra Café, nesta quinta (19)Tiné lança seu terceiro9 disco, "Românticos do Rosarinho", no Terra Café, nesta quinta (19) - Foto: Ibanez Saueressig / Divulgação

“Começaria tudo outra vez se preciso fosse, meu amor”, dizia o mestre Gonzaguinha em seu famoso bolero. Seguindo esse conselho, o cantor e compositor pernambucano Tiné volta ao ponto inicial para “recomeçar” sua carreira na música, que vem sendo trilhada desde 1998. Hoje, o artista faz o lançamento do seu terceiro disco “Românticos do Rosarinho”, a partir das 19h, no Terra Café (Bispo Cardoso Ayres, 467 - Boa Vista), com ingressos vendidos no Sympla.

Vocalista da Academia da Berlinda e da Orquestra Contemporânea de Olinda, Tiné é autor de hits que conquistaram o gosto do público, de Norte a Sul do Brasil, como “Dorival”, em parceria com Alexandre Urêa, Luiz Ribeiro e Guga Amorim; e o seu bolero “E Então”, imortalizado pelo cantor pernambucano Ayrton Montarroyos na novela “Quanto mais vida melhor”, da Rede Globo, entre muitos outros sucessos. E mesmo com uma carreira que não deixa a dever a nenhum grande artista, Tiné insiste em mais uma vez partir do início. “É sempre um recomeço, sempre voltando à estaca zero para tentar crescer com meu projeto solo”, conta.

Para realizar esse novo desafio em um gênero que remete à sua infância, o artista apresenta pela primeira vez no palco o novo álbum, ao lado de uma recém-formada banda que conta com Yuri Rabid, o tecladista Guga Fonseca, o guitarrista Thiago Rad, o baterista Alexandre Baros, o percussionista Gilú Amaral, as vocalistas Maíra e Moema Macedo e a sua esposa, Nattany de Paula (parceira na composição de “Eterno Domingo”). O disco ainda conta com participações especiais de Moreno Veloso, de seu conterrâneo de Arcoverde Lirinha (vocalista do Cordel do Fogo Encantado), do vocalista da Nação Zumbi Jorge Du Peixe, do músico e produtor carioca Kassin e do jovem prodígio do maracatu pernambucano, Mestre Anderson Miguel. 

Escute "Românticos do Rosarinho:



Boleros na memória
A relação de Tiné com o bolero é antiga e remete às memórias afetivas de sua família. “Desde criança minha avó tinha coleção de LPs de Nelson Gonçalves. Foi uma coisa que escutei e achava muito massa. Depois, conheci a nova geração com os boleros de Caetano, Rita Lee. Eu achava muito original a forma dos brasileiros de compor esse gênero, com harmonias sofisticadas e melodias que vinham da Bossa Nova. Para mim, como compositor, era um prato cheio”, conta Tiné, que carrega lembranças de seu pai e sua avó ouvindo vinis de cantores brasileiros que ele também aprendeu a admirar.

“Eu sempre gostei muito de compor boleros. Sempre achei muito original e via aquilo como uma possibilidade, como compositor, de trabalhar esse estilo. Por isso também é um recomeço. De começar a me dedicar a um estilo que eu acho que tem muito a ver comigo”, avalia o artista. Em seus grupos, o ritmo latino aparece ocasionalmente, mas ele queria dedicar um disco inteiro ao bolero e assim o fez. O álbum com 10 inéditas teve produção musical de Luccas Maia. “Românticos do Rosarinho” traz no nome uma brincadeira de juntar a tradição dos blocos carnavalescos pernambucanos com uma das mais famosas bandas de bolero cubana, a “Orquestra Românticos de Cuba”.

“Antigamente, aqui no Brasil, tinha uma cultura dos clubes, dos bailes, e a galera saía pra dançar. aqui no Recife isso voltou uma época, no Clube Bela Vista, na festa “Noite Cubana”, quando todo domingo a gente ia lá pro Alto de Santa Terezinha, subia o morro pra dançar e via os coroas com aquelas roupas de roupas de salão, sapato bicolor, que tiravam as coroas, com seus vestidos de baile, pra dançar.” 

Trajetória na música
Nascido em Arcoverde no ano de 1980, Tiné veio morar em Recife com 1 ano de idade e se criou na capital pernambucana. Começou sua relação com a música no violão aos 16 anos, quando ganhou o instrumento da sua mãe. Logo depois de aprender os primeiros acordes, começou a criar suas próprias canções. Teve aulas de canto e teoria no Colégio Salesiano em 1997. Estudou violão e teoria na escola de música Minami em 2000.  Concluiu o curso de Licenciatura em Música na UFPE em 2009 e participou do programa Dorfeu, um intercâmbio artístico-cultural na cidade de Águeda, Portugal, que contava com artistas da Espanha, Equador, Portugal e Brasil em 2004. Teve as primeiras experiências profissionais no ano de 1998 em bares e com a banda Mãe Joana, formada por músicos de Olinda.

Em 2004, visando o lançamento de seu primeiro disco solo, adota o nome artístico "Tiné", uma homenagem ao tio avô, Manuel Dantas Loiola, ex-cangaceiro de Lampião. O álbum, intitulado Segura o Cordão, foi produzido pelo arranjador Caçapa, contou com apoio do Funcultura, e traz uma releitura da música popular da sua cidade de origem. O trabalho conta com as participações do Coco Raízes de Arcoverde, Maciel Salú, Siba, Alessandra Leão, Isaar, Karina Bhur, Cila do coco, Caçapa, Sérgio Campelo (do grupo Sa grama), Nilton jr., Maíra e Moema Macêdo. Ainda em 2004, ingressou para a banda Academia da Berlinda.

Algumas faixas do álbum entraram em coletâneas, como: Vento Corredor na coletânea Nordeste Atômico, do produtor japonês Makoto Kubota, e também no projeto Quadrante - A Pedra do Reino, da Som Livre (Rede Globo); Cobrinha, na coletânea Transformer, do Dj Bruno Pedrosa, na compilação Music from Pernambuco, do produtor Paulo Andre, e também na coletânea What's Happening in Pernambuco, pelo selo Luaka Bop, do músico, produtor e compositor David Byrne (ex-integrante da banda Talking Heads). Em 2008, nasce mais um projeto na vida musical de Tiné - a Orquestra Contemporânea de Olinda, banda que conta com três discos na carreira: O homônimo Orquestra Contemporânea de Olinda, o Pra Ficar e o Bomfim. Seu segundo disco solo, “Tiné Equilibrista”, foi lançado em 2016.

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