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"Titanic" faz 25 anos e James Cameron admite que Jack poderia ter sobrevivido

Tamanha a popularidade do filme, seguem existindo debates sobre o destino do personagem principal, interpretado por Leonardo DiCaprio

Cena do filme 'Titanic'Cena do filme 'Titanic' - Foto: Divulgação

James Cameron, que dirigiu três dos quatro filmes de maior bilheteria de todos os tempos, tem poucos arrependimentos. Mas se pudesse refazer “Titanic”, título que deu início a seus recordes há 25 anos e volta a ser exibido nesta sexta-feira (10), mudaria uma coisa.

Na véspera do retorno ao cinema desta superprodução, agora em edição de aniversário, o cineasta canadense confessou que teria concebido a trama de outra forma se pudesse prever a indignação dos fãs, aflitos pela trágica morte do herói, Jack, no fim do filme.

“Com o que sei agora, teria feito a balsa menor, para que não houvesse dúvida!”, declarou entre risadas em uma coletiva de imprensa pelo aniversário da obra.

Tamanha a popularidade do filme, seguem existindo debates sobre o destino do personagem principal, interpretado por Leonardo DiCaprio.

Os fãs insistem em que Jack poderia ter sobrevivido às águas geladas do Atlântico Norte depois que o transatlântico afundou. Tinha apenas que ter subido na balsa improvisada para salvar sua amada Rose, vivida por Kate Winslet.

Em vez disso, porém, decide que a porta de madeira sobre a qual ela flutua no mar não é grande o suficiente para dois, e se sacrifica para garantir a sobrevivência dela.

A polêmica em torno da morte de Jack é só um exemplo de como a história de Titanic “parece não ter fim para o público”, disse Cameron.

“Houve tragédias muito maiores desde o Titanic”, navio que naufragou em 1912 após colidir com um iceberg, acrescentou, citando as duas guerras mundiais que marcaram o século XX. “Mas o Titanic tem essa característica duradoura, quase mítica, romanesca”.

“Acho que tem a ver com amor, sacrifício e mortalidade”, acrescentou o diretor, e apontou ou “homens que saíram dos botes salva-vidas para salvar as mulheres e as crianças”.

“Veredicto final”
Cameron colocou à prova o sacrifício individual de Jack em um novo documentário da National Geographic, com experimentos em um tanque de água gelada com dois dublês e uma réplica exata da porta utilizada na filmagem.

Em “Titanic: 25 anos depois”, os dois dublês que assumiram os papéis de Jack e Rose foram equipados com vários termômetros para medir a velocidade em que iriam sucumbir vítimas de hipotermia.

O experimento revelou que o trágico destino de Jack não era inevitável.

Um primeiro teste onde ele se agarra à porta sem subir nela, como no filme, confirma que o personagem teria morrido de hipotermia. Um segundo teste, entretanto, em que ambos conseguem se manter em equilíbrio sobre a porta para manter seus torsos, ou seja, seus órgãos vitais, fora da água, sugere que Jack poderia ter se salvado.

Nesse cenário, ele “poderia ter aguentado até que chegasse o bote salva-vidas", reconheceu Cameron. “O veredicto final? Jack possivelmente poderia ter sobrevivido. Mas há muitas variáveis”, acrescentou.

História de amor épica
“Titanic” estreou em dezembro de 1997 e ocupou o posto número um de bilheteria durante 15 fins de semana consecutivos.

Enquanto hoje em dia a maioria dos longas conseguem suas maiores receitas no fim de semana de estreia, “Titanic” alcançou seu auge no oitavo, que coincidiu com o Dia dos Namorados, celebrado em 14 de fevereiro nos Estados Unidos.

A épica história de amor é relançada logo antes do fim de semana do Dia dos Namorados deste ano, na expectativa de aumentar sua arrecadação mundial de 2,2 bilhões de dólares (cerca de 11,6 bilhões de reais).

“Estimo que 100 milhões da nossa bilheteria se devem ao apelo do Leonardo DiCaprio para adolescentes de 14 anos”, brincou Cameron.

“Titanic” tem atualmente o terceiro maior faturamento da história do cinema, atrás de “Vingadores: Ultimato”, blockbuster de super-heróis da Marvel, e “Avatar”, outro filme de Cameron.

Mas espera-se que em breve seja superado por “Avatar: O Caminho da Água”, o novo sucesso do cineasta, que já fez 2,18 bilhões de dólares (11,4 bilhões de reais) e segue atraindo multidões às salas de cinema.

Juntos, esses três gigantes da bilheteria de Cameron já arrecadaram 7,25 bilhões de dólares (38 bilhões de reais), aproximadamente o PIB de Bermudas.

Além de enriquecer extraordinariamente seu diretor, “Titanic”, de três horas de duração, deixou outro legado importante, embora controverso.

“Antes de ‘Titanic’, acreditava-se que um filme longo não poderia ganhar dinheiro”, afirmou Cameron. Mas “Avatar” dura 162 minutos e sua sequência, 192 minutos. “E está indo muito bem.”

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