MÚSICA

''Tudo Tão Certo'': primeiro álbum solo de Ale Sater é um retrato da modernidade líquida

Artista celebrou as 200 mil reproduções que o disco alcançou na semana de estreia

Ale Sater, da Terno Rei, lançou seu primeiro disco solo  Ale Sater, da Terno Rei, lançou seu primeiro disco solo  - Foto: Divulgação

Ale Sater, vocalista da banda Terno Rei, que lançou ''Tudo Tão Certo'' no dia 10 de setembro, celebrou na última terça-feira (17) a marca de 200 mil reproduções do projeto no Threads. O primeiro disco solo do cantor descreve um eu-lírico lidando com a efemeridade da sociedade contemporânea. 

Há mais de uma semana, ''Tudo Tão Certo'' foi disponibilizado nas plataformas de streaming com 11 faixas. Conhecido por ser a voz e baixo da banda paulista Terno Rei, o artista vinha trabalhando em seu projeto solo desde 2016, entre os lançamentos estão seis singles e dois EPs: ''Japão'' (2016) e ''Fantasmas'' (2021). 

''Tudo Tão Certo'' é a consequência desses últimos oito anos, demonstrando um amadurecimento do cantor, que explora o cotidiano urbano através da música folk e lo-fi. Em 2019, o álbum ''Violeta'' consolidou a Terno Rei na cena do indie rock brasileiro, mas no seu voo solo, Ale Sater explora uma psicodelia intimista semelhante ao Radiohead e diferente da sua banda.

Neste álbum, Ale Sater não está distante somente da sua sonoridade, mas também se afasta de antigas compreensões sobre as relações voláteis e aceleradas. Se na música ''São Paulo'', da Terno Rei, o cantor expressou que ''eu vejo sempre dois lados'', em ''Trégua'' (faixa cinco do novo disco) ele afirma: ''Não olho mais para os lados, não mais''. 

Deixando a melancolia de lado, Ale apresenta em voz e violão um eu-lírico que, ao rememorar vivências, não se prende ao passado, mas parte em busca de superá-lo. O processo de autodescoberta e amadurecimento é presente nas canções de todo o álbum, mas os versos apoteóticos de ''Ontem'', ''Trégua'' e ''Ouvi Dizer'' são o cume de ''Tudo Tão Certo''.   

No disco, o cantor retorna para um personagem recorrente da sua carreira: São Paulo. Nascido no Rio de Janeiro, o carioca, que reside há mais de uma década na capital paulista, utiliza a megalópoles como exemplo de uma sociedade insegura, desapegada e efêmera na canção ''Cidade''. 

O retrato da modernidade líquida, termo cunhado pelo sociólogo polonês Zygmunt Bauman, consiste na descrição desse processo de aceleração da individualização em relação à necessidade do sujeito de preencher o seu desejo. A saudade efêmera preenche esse sentimento, porém, serve como certeza de que as relações tomam caminhos sem volta e, por fim, ao chegar na última canção ''Desvencilhar'', Ale Sater se desprende do seu passado. 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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