Último filme de diretor morto em Mariupol será exibido em Cannes
O diretor lituano morreu quando tentava abandonar a cidade portuária do sudeste da Ucrânia
O último filme do diretor lituano, Mantas Kvedaravicius, que morreu em abril em Mariupol, onde o longa havia sido filmado, será apresentado fora da competição no festival de Cannes, anunciou o certame nesta quinta-feira (11).
"Mariupolis 2" (1H45), um filme "que mostra a vida que continua sob as bombas" foi adicionada a lista oficial de filmes, explicou o comunicado, que ressaltou também que este longa-metragem contém "imagens trágicas e esperançosas ao mesmo tempo".
O 75º Festival de Cannes começa na terça-feira. O filme lituano será apresentado em 19 e 20 de maio, informa o texto.
O circuito cinematográfico francês previsivelmente se tornará uma grande plataforma para denunciar a invasão russa da Ucrânia, uma tragédia "que estará em todos os corações", nas palavras de seu delegado geral, Thierry Frenburgx.
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Estarão presentes duas gerações de cineastas ucranianos: Sergei Loznitsa com "The Natural History of Destruction", que recorda a destruição das cidades alemãs pelos aliados durante a II Guerra Mundial, e o jovem Maksim Nakonechnyi com "Bachennya Metelyka", na sessão Um certo olhar.
Mantas Kvedaravicius é o autor de "Barzakh" (2011), "Mariupolis" (2016) e "Parthenon" (2019). Ele morreu quando tentava abandonar essa cidade portuária do sudeste da Ucrânia.
"Em 2022 voltou à Ucrânia, para o Donbass, em plena guerra, para se reunir com as pessoas que havia conhecido e filmado entre 2014 e 2015. Após sua morte, seus produtores e colaboradores se uniram para continuar transmitindo seu trabalho, sua visão, seus filmes", afirma o festival.
Seu filme anterior, "Mariupol" (2016) contava a história de uma cidade sitiada.
Sua noiva e uma editora que trabalhavam com ele conseguiram completar a segunda parte desse filme, que será apresentado em Cannes.
Nascido em 1976, doutor em Antropología, Mantas Kvedaravicius apresentou "Mariupol" no Festival de Berlim de 2016.