Universo de podcasts aprimora formato e conquista cada vez mais ouvintes
Pernambuco cresce na 'podosfera', com produções que tratam de assuntos como cultura, política e futebol
Play no podcast. Pode ser no carro, ônibus, academia ou em casa. Não tem lugar. Tanto que é inegável o crescimento desse universo na rotina do brasileiro, em especial, do começo da pandemia para cá. E como Pernambuco não iria ficar de fora, nós também embarcamos nessa onda e a "podosfera" agora é a queridinha do momento.
Cultura, entretenimento, política, sexo, futebol e histórias cotidianas estão entre os assuntos tratados nos podcasts daqui. Geralmente de maneira muito fluida e leve. Daquele jeito bem “pernambuquês” de ser.
Novas ferramentas
Um dos pontos que mais chamou atenção na evolução do podcast foi a inclusão do vídeo. Se antes o ouvinte apenas tinha acesso aos áudios já gravados, um novo panorama foi descoberto quando a imagem foi inserida. Isso porque essa nova forma de produzir trouxe os conceitos de bate-papo, de ao vivo, e, unido às redes sociais, acabou gerando ainda mais repercussão.
Leia também
• Ed Sheeran arrecada R$ 395 mil em rifa de violão e faz doação para escola na Inglaterra
• Filme 'Eduardo e Mônica' tem data de estreia remarcada
• 'Lulli', da Netflix, traz Larissa Manoela em fase mais madura
Outra mecânica mais atual, que ajuda a aumentar a audiência, é o esquema de “cortes de podcast”, em que são recortados trechos de um ou dois minutos, funcionando como uma estratégia para despertar a curiosidade das pessoas a assistir o material completo. “A rede social é fundamental em chamar atenção para o mercado. A gente começa ouvindo os mais conhecidos e, quando você vai se aprofundando nesse mundo, acaba descobrindo muitos outros. As próprias plataformas direcionam e você mergulha nos podcasts”, conta o estudante de Jornalismo, Vinicius Pequeno, que optou por produzir seu próprio produto como trabalho de conclusão do curso.
Pioneiro no Estado, o Podcast 45, que engloba os programas "Telecast", "Agamenon" e "45 Jardas", acabou servindo como referência para novos podcasters que estão conquistando o mercado atualmente.
Representatividade nordestina
O roteiro é, justamente, não ter roteiro. Essa é a pegada do "É Noisy Podcast", que tem a intenção de propagar o Nordeste e de quem nele foi criado. Produzido pelos pernambucanos Suellen Farias e Kelvin Andrade, responsáveis pela produtora Máquina 3, a ideia partiu da não representatividade nordestina nos demais podcasts no Brasil a fora. “Kelvin me chamou para fazer e eu topei. Como convidados, jornalistas, produtores de cultura, cientistas, jogadores de futebol, o que for, contanto que seja nordestino.”, explicou Suellen.
Com suas 20 horas já produzidas no Youtube, nomes como o jogador de futebol Cláudio Monte; a cantora e compositora Dani Carmesim; o secretário de Juventude do Recife, Marcone Ribeiro; o músico Alexandre Ureia; e muita gente de peso da região. “A função é humanizar o artista ou cientista, mostrar um outro lado que ninguém conheça. Uma conversa de bar mesmo, sabe? Inclusive, servimos até bebida para quem está participando. Deixamos todos o mais à vontade possível. Que eles se sintam em casa”, completou Farias, que almeja levar Lia de Itamaracá como uma das convidadas e conseguir trazer pessoas de outros estados no pós-pandemia.
Espaço para o brega
Um Patrimônio Cultural merece ter um podcast para chamar de seu. Os criadores da página Brega Bregoso, Alexandre Vinícius e Eliabe Carlos, aproveitaram a ascensão desse universo para trazer à tona histórias, curiosidades e novidades sobre o ritmo que embala os quatro cantos de Pernambuco. Em formato ao vivo e descontraído, artistas e influencers trazem suas vivências a respeito do brega e de seus trabalhos.
Mas para que a produção ocorra com excelência, é preciso muito trabalho e investimento. “É um custo para produzir o programa e ele ir ao ar como todos veem. Essa é a maior dificuldade que temos”, explica Alexandre. Outro ponto que o "Bregosocast" leva em consideração é o foco no tema principal. “Apesar de nós sabermos que polêmicas e outros assuntos possam gerar mais audiência, o foco, realmente, é na cultura brega e na alegria que ela traz”, pontua.