"Vale Tudo": saiba quais são as principais mudanças do remake
Autora da nova versão, Manuela Dias precisou atualizar algumas tramas e personagens da novela de 1988
Cercado de expectativas desde o seu anúncio, o remake de “Vale Tudo” estreia nesta segunda-feira (31). Exibida originalmente em 1988, a novela criada por Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Bassères foi reescrita por Manuela Dias, que buscou preservar a essência da trama, mas fazendo algumas adaptações para os dias de hoje.
“As histórias são vivas, igual às pessoas. Depois de 33 anos, nossa expectativa é de que 40% do público já tenha tido contato com o original. Para quem não viu, é uma obra atualizada com cheiro vintage. O mundo mudou muito desde a primeira versão. De certa forma, ninguém viu essa novela”, comentou a autora da releitura, durante coletiva de imprensa.
O enredo segue o mesmo da novela original. Raquel Accioli, uma mulher batalhadora e honesta, sofre um golpe da própria filha, a ambiciosa Maria de Fátima. Enquanto a mãe tenta se reerguer no Rio de Janeiro, a jovem investe tudo para entrar na rica família Roitman.
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Maria de Fátima "influencer"
No remake de “Vale Tudo”, o papel de Maria de Fátima (defendido em 1988 por Glória Pires) ficou com Bella Campos. Se na primeira versão, a alpinista social queria ser modelo, agora ela sonha ser uma influenciadora digital com muitos seguidores.
O foco de Maria de Fátima é trabalhar na Tomorrow, maior agência de conteúdo da América Latina, que, no original, era uma revista de moda. Quem conseguirá trabalhos na empresa para a vilã é a jornalista Solange Duprat (antes interpretada por Lídia Brondi). Em 2025, a personagem é diabética, uma temática que não existia originalmente.
“É um assunto pouco tratado no audiovisual. Já estou recebendo muitas mensagens de pessoas curiosas para ver como a gente vai tratar isso. Acho importante levar informação para o público”, comenta Alice Wegmann, escalada para dar um novo rosto à mocinha.
Mais personagens negros
Enquanto a primeira versão de “Vale Tudo” contava com apenas dois personagens negros, não falta diversidade no remake. Começando pela heroína, Raquel, que foi anteriormente defendida por Regina Duarte e agora está nas mãos de Taís Araújo. Mas não para por aí.
Outro destaque da trama é uma família preta. Em 1988, Consuêlo (Rosane Gofman) e Jarbas (Stepan Nercessian) eram irmãos, mas agora são casados e vividos por Belize Pombal e Leandro Firmino. Eles são pais de André (Breno Ferreira) e Daniela (Jessica Marques).
Um dos únicos personagens negros da primeira novela, Gildo (Fernando Almeida), teve seu gênero alterado pela autora. O adolescente, acolhido por Raquel após tentar roubá-la, agora é Gilda, vivida pela novata Leticia Vieira. Temas contemporâneos serão inseridos na trama. O porteiro Vasco, vivido por Thiago Martins, será viciado em apostas online. Através do pequeno Bruno (Miguel Moro), a novela debaterá a dependência das telas.
Representatividade LGBTQIA+
O remake também promete ter mais liberdade no que diz respeito aos personagens LGBTQIA+. Em 1988, Cecília (Lala Deheinzelin) e Laís (Cristina Prochaska) moravam juntas, mas a relação entre elas era subentendida. A censura da época obrigou o corte de várias cenas e Cecília acabou sendo morta pelos autores.
Agora, a personagem deve seguir até o fim da trama, vivida por Maeve Jinkings. Ela será casada com Laís (Lorena Lima) e adotará Sarita (Luara Victória). Já Poliana (Matheus Nachtergaele), antes vivido por Pedro Paulo Rangel, será retratado como assexual.
Mistério preservado
Entre todas as mudanças da nova “Vale Tudo”, a mais significativa talvez seja a resposta para a clássica pergunta: “Quem matou Odete Roitman?”. Manuela Dias já sinalizou que pretende mudar a identidade do assassino da vilã imortalizada por Beatriz Segall e que volta às telas por Débora Bloch, garantindo o mistério.