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MÚSICA

Maestro Toffolo: "Valencianas II" traz Alceu intimista, mais poeta e olhando para dentro"

Show do projeto com a Orquestra Ouro Preto será apresentado nesta sexta-feira (18) no Teatro Guararapes

Alceu e Orquestra Ouro Preto apresentam "Valencianas II" nesta sexta-feira (18) no Teatro GuararapesAlceu e Orquestra Ouro Preto apresentam "Valencianas II" nesta sexta-feira (18) no Teatro Guararapes - Foto: Rapha Garcia

Uma "música erudita menos flexível" em parceria com a "música popular mais quadradona" vai culminar em um dos enlaces mais harmoniosos da arte nos últimos tempos, mais precisamente ele acontece desde 2010, quando foi concebido pela primeira vez o "Valencianas" - projeto que une Alceu Valença e a Orquestra de Ouro Preto que, logo mais, no Teatro Guararapes, em Olinda, apresentam a segunda edição de um encontro que combina poesia e sonoridade em vertentes distintas da música, mas conciliáveis o bastante para encantar plateias palcos afora.

Ponto de convergência
"São duas escolas diferentes. A maneira de tocar um violino em Vivaldi é uma, mas para um frevo, aboio, maracatu, é outra. No final é achar um ponto comum, um ponto de equilíbrio em que a música erudita tem que ser menos flexível e a música popular mais quadradona. Quando se entende que é preciso cada uma ceder de um lado, chega-se ao ponto de equilíbrio e ao resultado que tivemos", explica, em conversa com a Folha de Pernambuco, o maestro Rodrigo Toffolo, diretor artístico e regente titular do conjunto instrumental, e 'escolhido' pela Palco Tropicana e por Paulo Rogério Lage para conceber a obra de Alceu em versão orquestral.
 



"Paulo, junto com a Palco, visualizou uma homenagem aos 40 anos de Alceu Valença, em 2010. Levamos quase um ano e meio para apresentar o projeto, foi um tempo grande de maturação. Tivemos da Paraíba o Mateus Freire assinando os arranjos e a partir daí iniciou a troca grande com Alceu, que conheceu cada detalhe", explica Toffolo, que considera o pernambucano um "artista de conhecimento de um Brasil profundo".



"E Valencianas ressalta isso, não só o Alceu do ritmo, da dança, mas o da melodia e, principalmente, o da poesia, um artista completo que merece ser tocado e ouvido por todos", complementa.

Valencianas II: Alceu mais intimista
Era janeiro de 2022 a segunda versão de "Valencianas" foi gravada em Porto (Portugal) e o lançamento nas plataformas de streaming se deu em agosto. A partir de janeiro deste ano, cada uma das faixas do disco passou a ser disponibilizada no YouTube, semanalmente. 

Entre a primeira e a segunda edição, Toffolo aponta diferenças consideráveis, em especial quando se trata da maior simbiose entre Alceu e a orquestra, levando em conta o tempo já percorrido, tocando juntos.



"São dois discos diferentes, há uma intimidade musical maior e o Valencianas II é mais intimista, com um Alceu mais poeta, olhando para dentro", explica o maestro, citando como exemplo as versões para "Na Primeira Manhã", "Pelas Ruas Que Andei", "Solidão" e "Tesoura do Desejo", canções que integram as faixas do álbum e que para o show da noite de hoje vão se somar a outros clássicos como "Como Dois Animais” e “Dia Branco”, entre outras, inclusive de Valencianas I, com "Tropicana”, “Belle de Jour” e “Anunciação”.

Textura musical diferente
"As canções deste segundo disco mostram exatamente como a textura orquestral muda, e transporta isso para outra percepção com outras nuances da música e a poesia dele ganha um olhar diferenciado. Vale ouvir para descobrir, quem ainda não descobriu, a poesia profunda, substancial e sensível ao mesmo tempo, e tão brasileira que ele tem", reforça Toffolo sobre Alceu, por quem não hesita em enaltecer que,



"Estar ao lado dele é mais do que honra, é um aprendizado constante. Cada ensaio, concerto, cada colocação que faz, tem que levar a sério porque ele é do primeiro escalão da MPB, por tudo que já fez, pelo talento, pela visão. Que venham outras Valencianas porque a obra de Alceu é vasta e tem muita coisa bonita que ficou para trás".

Serviço
Valencianas II - Alceu Valença e Orquestra Ouro Preto

Quando: Sexta (18), 21h
Onde: Teatro Guararapes (Centro de Convenções de Pernambuco)
Ingressos esgotados
Informações: (81) 3182-8020

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