"Senna": Gabriel Leone usou estratégia curiosa para não derrapar no sotaque paulistano do piloto
Ator carioca protagoniza biografia do ícone das pistas e comenta semelhança com o esportista: "O trabalho do maquiador foi inacreditável"
O carioca Gabriel Leone decidiu apostar em uma estratégia específica para não derrapar no sotaque paulistano do piloto Ayrton Senna (1960-1994), alvo de uma minissérie de seis episódios que estreia nesta sexta-feira (29) na Netflix.
Ele passou um ano tentando replicar o modo de falar do esportista, mesmo fora do set de filmagens, para não correr riscos nos momentos de gravação.
O projeto, em seis episódios, é dirigido por Vicente Amorim e Julia Rezende.
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A construção do visual do personagem, conta Leone, foi baseada na caracterização com maquiagem e figurino, sem próteses.
O que surpreendeu até o próprio artista "O trabalho do maquiador foi meio inacreditável", diz.
"O sotaque eu decidi botar na minha vida, então eu fiquei o ano passado inteiro falando como paulista, porque eu queria que isso estivesse muito orgânico em cena. Não queria me preocupar em fazer um sotaque e eventualmente errar. Quis que isso estivesse fluido" entrega.
Leone confirma que encara a trajetória de Senna, contada na produção, como um enredo de herói.
Diz, ainda, que se impressiona sobre como a figura do piloto, morto há 30 anos num acidente na Itália, no circuito de Ímola, é considerada uma "unanimidade".
"Posso dizer que ele é um dos nossos grandes heróis, se não o grande herói. E ainda tem essa coisa do uniforme, que é o macacão e o capacete. Tem uma aura. Acho, porém, que o Senna não estava só nesse lugar idealizado, meio utópico. Eu acho que ele era um herói de verdade, real" diz.
"Não só por ser um dos maiores, se não “o” maior, piloto de todos os tempos. É também por fazer questão de deixar claro o quão brasileiro ele era e seu orgulho disso. As pessoas se identificavam com ele, independente da história familiar (de Senna) você se sentia próximo dele, inspirado"
O seriado, enxerga Leone, tem a possibilidade de apresentar o piloto aos mais jovens, com menos de 30 anos, que não viram Senna deslizando pelas pistas de Fórmula 1.
"Mesmo tendo a finitude material, a importância, a relevância, o exemplo, os pensamentos dele, as ideias, permanecem presentes, não só para os brasileiros, mas para os fãs ao redor do mundo. Então é uma finitude, porém nem tanto, é uma finitude no sentido material, mas o legado está aí"
R$ 250 milhões investidos na produção
“Senna”, que tem seus seis episódios disponíveis a partir de sexta-feira (29) na Neftlix, contou com pelo menos R$ 250 milhões investidos, 15 mil pessoas envolvidas, entre equipe técnica, elenco, coadjuvantes, pós-produção, sendo 231 delas no elenco babélico, em 325 diárias.
A expectativa, portanto, era enorme.
"Nosso sonho é que essa seja a obra de maior repercussão no nosso audiovisual. Produzida a partir do Brasil, mas com alcance global. É impressionante como (30 anos após sua morte) Senna ainda é visto como grande exemplo em todo o mundo" aumentou ainda mais o ronco do motor o produtor Fabiano Gullane.
A conversa do Globo com Fabiano e seu irmão Caio se deu há um ano e três meses, no intervalo das filmagens que reconstituíam, no Autódromo de Buenos Aires, alguns dos momentos mais icônicos do GP Brasil de 1991, quando Senna venceu em casa pela primeira vez .
O título almeja ser um divisor de águas no streaming, um produto tipo exportação com potencial de sucesso comercial aqui e lá fora, exatamente como o foi Ayrton Senna da Silva.