MÚSICA

Vício, vida no crime e auge nos anos 1990: quem era Coolio, rapper encontrado morto em Los Angeles

Artis Leon Ivey Jr. teve infância difícil e chegou a ficar dez meses preso antes de estourar com o hit 'Gangsta's paradise', que lhe rendeu um Grammy

Rapper americano Coolio, de 53 anos Rapper americano Coolio, de 53 anos  - Foto: AFP

Em setembro de 1995, um rap ultrapassava "You are not alone", de Michael Jackson, nas paradas americanas e chegava no topo da lista de músicas mais ouvidas da Billboard nos Estados Unidos. Era "Gangsta's paradise", do rapper Coolio, que morreu nesta quarta-feira (28), aos 59 anos. Jarez Posey, seu empresário, disse ao site TMZ que Coolio foi encontrado inconsciente no chão do banheiro da casa de um amigo.

Com versos sobre a vida nas ruas em um sampler de "Pastime paradise", de Stevie Wonder, "Gangsta's paradise" fez parte da trilha sonora de "Mentes perigosas", filme de John N. Smith, com Michelle Pfeiffer, baseado na autobiografia da ex-fuzileira naval, jornalista, escritora e professora LouAnne Johnson. Logo se tornou um fenômeno. Além dos Estados Unidos, o hit foi número 1 em países como Reino Unido, Canadá, Alemanha, França e Suécia, entre muitos outros.

Drogas, prisão e Julio Iglesias

Era o auge da carreira de Artis Leon Ivey Jr., o Coolio, que na época tinha 32 anos. Nascido em South Central, ainda jovem ele se mudou para Compton, cidade de Los Angeles tida como berço do rap e marcada pela violência nos anos 1980 e 90. Sua infância foi sofrida por conta da ausência do pai e do vício em drogas da mãe. Mais tarde, ele mesmo se tornou viciado em crack. Se meteu com gangues e viveu do crime, batendo carteiras e arrombando casas. Também foi traficante de drogas e chegou a ficar dez meses preso. Recentemente, ele postou nas redes sociais uma foto de um show na Europa onde usava, no palco, um colete à prova de balas.

Em entrevista à revista Spin, em 1996, Coolio contou que a fé havia lhe salvado das drogas. "Deus tinha planos e me fez parar", disse o músico à publicação. Também disse que seu apelido surgiu pelo gosto de cantar músicas românticas: virou Coolio Iglesias, um trocadilho com o nome do cantor espanhol Julio Iglesias.

Depois de um período de reabilitação, o rapper trabalhou como guarda-florestal e segurança voluntário do aeroporto de Los Angeles. Paralelamente, iniciou sua trajetória no rap. Fez parte do grupo WC and the Maad Circle, que fez algum sucesso na Califórnia. Depois, em 93, chegou ao prestigiado selo Tommy Boy, pelo qual lançou alguns singles como "County line" e "Fantastic voyage", que performaram bem, aumentando sua projeção.

Mas foi com "Gangsta's paradise" que, de fato, Coolio viveu seu melhor momento. Com produção de Doug Rasheed, lançada dentro de um álbum homônimo, a música rendeu um Grammy de melhor performance de rap solo para o rapper, que também foi indicado na categoria gravação do ano. Até hoje, "Gangsta's paradise" é considerada uma das gravações de rap mais emblemáticas da história.

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