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[VÍDEO] Lado politizado de Maciel Salú aflora no disco 'Liberdade'

Músico pernambucano se apresenta no Teatro de Santa Isabel neste domingo (25), com a participação de Juçara Marçal

Artista canta a voz de um Brasil que luta por um País melhorArtista canta a voz de um Brasil que luta por um País melhor - Foto: Arthur de Souza/Folha de Pernambuco

Letras de cunho político, afirmação da identidade negra e representatividade são os motes que compõem as dez faixas de “Liberdade”, quinto álbum da carreira solo de Maciel Salú. Com lançamento programado para ocorrer no próximo domingo (25) em um show especial no Teatro de Santa Isabel, quem for, com certeza, vai assistir a um show bastante politizado, com a participação da cantora carioca Juçara Marçal (da banda Metá Metá).

Ele conta que o próprio significado da palavra escolhida para dar nome ao seu novo disco reflete a mensagem que seu trabalho busca transmitir ao público. “O nome 'Liberdade' é sobre tudo que eu já passei. Traz também um pouco da realidade que o Brasil está passando hoje. A questão do racismo, do preconceito, da violência contra as mulheres, os ataques que a cultura popular vem passando com os maracatus rurais tendo suas sambadas proibidas. A gente tem que ter liberdade. Qualquer ser tem que ter sua liberdade, pois se não tivermos liberdade, não conseguimos fazer aquilo que gostamos”, comentou o músico.

Na música “Labirinto” a crítica social diante da violência e instabilidade nos conflitos civis entre países se faz presente. Já em “Liberdade”, homônima do álbum, Maciel reproduz um discurso político de combate ao ódio e na busca pela defesa da democracia. Diante desses temas espinhosos, o artista avalia que o projeto chega em um momento oportuno. “Esse disco chegou na hora certa. Essa questão da violência que a gente está vendo o País enfrentando e essa questão da liberdade que as pessoas perderam”, afirma.

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A terceira faixa, intitulada "Flor de Gardênia", traz leveza ao álbum com uma cumbia bem raiz. A letra é uma homenagem à companheira de Salú, Rute Pajeú. Outra música em homenagem a alguém é “Luiza”, composta para a neta. “Machadeiro”, clássico do álbum "Mundo" (2010) reafirma ainda mais a maturidade adquirida pelo artista durante toda a carreira.

Em parceria com Juçara Marçal, "Mãe do Mar" faz uma saudação à Iemanjá e às religiões de matrizes africanas. Assim como "Jurema", que remete à tradição, ancestralidade e força dos povos de terreiro. “A música 'Mãe do Mar' fala muito dos terreiros de candomblé e tem a participação dessa grande cantora que é Juçara Marçal. Ela aborda as agressividades que estão acontecendo nos terreiros”, falou.



O cantor Lira, que acabou de anunciar o retorno do grupo Cordel do Fogo Encantado, foi outro convidado especial de Salú para compor uma das faixas . Na música “Realidade”, a conexão do Brasil-África é mencionada. Líderes como Zumbi dos Palmares, o ex-presidente da África do Sul Nelson Mandela e o jamaicano Bob Marley são citados como referências revolucionárias na libertação dos negros por todo mundo.

Fechando o álbum, “Maracatu sem lei” aborda a luta dos mestres de maracatu da zona rural de Pernambuco, carregando um tom de protesto ao fato ocorrido em 2014, quando as sambadas de maracatu foram reprimidas pela Polícia Militar. “Se criou um movimento com vários maracatuzeiros do Nordeste”. Na letra, Salú enaltece a tradição do folguedo popular e a libertação dos maracatuzeiros. Fechando com chave de ouro, um frevo em alusão ao sábado de Zé Pereira e ao calunga Homem da Meia Noite finaliza o disco com maestria.

Sobre a mensagem que o disco vai passar e como irá reverberar na atual conjuntura, ele comenta. “Eu acho que é o grito da voz do Brasil por uma luta melhor, um Brasil [clamando] por liberdade. A gente não pode dividir o País. A gente tem que lutar pela igualdade social. É disso que o País está precisando”, conclui.

Serviço:
Show de Maciel Salú
Neste domingo (25), 19h
Teatro de Santa Isabel (Praça da República, s/n, Santo Antônio)
R$ 30 e R$ 15 (meia-entada)
Informações: (81) 3355-3323

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