LUTO

Viúvo de Zé Celso, Marcelo Drummond fala da dor da perda: "Vou descobrir a vida novamente"

Ator relembra que, em sua última conversa com o marido, levou o cachorro vira-lata do diretor para dentro de quarto de hospital

Zé Celso e Marcelo Drummond trocam alianças de casamento, em junho de 2023Zé Celso e Marcelo Drummond trocam alianças de casamento, em junho de 2023 - Foto: Reprodução/Instagram

Viúvo de Zé Celso dramaturgo, diretor e fundador do grupo Teatro Oficina, que morreu, aos 86 anos, na última semana, em decorrência de um incêndio em seu apartamento, em São Paulo —, o ator Marcelo Drummond afirma que busca "descobrir a vida novamente" após a perda do companheiro com quem viveu por 37 anos.

Em entrevista ao "Fantástico" neste domingo (9), o artista se emocionou ao comentar a longa relação de paixão e cumplicidade com o parceiro: "Zé, assim, ele transbordava amor. Eu conheço o amor do Zé. Isso é o que mais me orgulho", afirmou.

O ator conta que, em sua última conversa com o marido, fez questão de levar o cachorro vira-lata Nagô — animal a que Zé Celso nutria muitíssimo afeto — para dentro do hospital. "Nagô adorava o Zé. Qualquer coisa que eu brigava com o Nagô, ele corria e ia para o pé do Zé. Aí ele deitava no pé do Zé, e ficava ali com o Zé", relembrou Drummond.

Zé Celso e Marcelo Drummond haviam oficializado a união de quase quatro décadas apenas no último mês. A cerimônia foi oficiada pela atriz Leona Cavalli, na sede do Teatro Oficina, na capital paulista, e contou com a presença de vários nomes da cena cultural brasileira, além de shows de Marina Lima e Daniela Mercury. A bateria da escola de samba Vai-Vai fechou a noite, que teve entre os convidados os atores Alexandre Borges, Bárbara Paz, Alanis Guillen, Andréia Horta, Julio Andrade e Júlia Lemmertz, o maestro João Carlos Martins, o médico Drauzio Varella e a mulher, a atriz Regina Braga.
 

Um mês depois, o local voltou a ficar lotado de colegas, amigos e familiares do diretor — e todos embalados pela mesma energia "carnavalizada", "orgiástica", "dionisíaca", como o próprio diretor costumava dizer, ao falar de seu trabalho. Entre a última quinta-feira (6) e a última sexta-feira (7), uma multidão se reuniu no Teatro Oficina para prestar um tributo a Zé Celso. Com alegria, da maneira como ele gostaria de ser lembrado, como frisa Marcelo Drummond. "Eu só liguei e falei, monta a banda, monta tudo, porque a gente vai para o teatro", conta o ator.

"Dor imensa"
Devido a um incêndio provocado por um aquecedor elétrico, o diretor teve mais de 50% do corpo queimado. Zé Celso não resistiu às complicações decorrentes da tragédia, e morreu na última quinta-feira (6). "É uma dor imensa. Inexplicável. A imagem dele... A última imagem dele., pegando fogo. Eu apagando com a mão", rememorou o viúvo, em entrevista ao "Fantástico".

Marcelo Drummond revela que não restou nada do quarto em que o diretor dormia. "Aquele quarto praticamente destruído, todo queimado, não sobrou acho que nada", afirmou. "A gente está num apart-hotel, por enquanto, para se recompor e descobrir a vida novamente", acrescentou.

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