Poesia

Wilson Araújo divulga série de poemas da semana

Poeta maranhense de alma pernambucana tem suas rimas e versos postados semanalmente no Portal Folha PE

Wilson Araújo, poetaWilson Araújo, poeta - Foto: Rosa Aquino

INTELECTUAL PÚBLICO

Paulo Arantes: referencial
de intelectual
atuante e atual
como um militante
Intelectual Público.
E enquanto tal e qual
posiciona-se como tal e qual nada igual:
“intelectual é aquele que não adere.
Não pode aderir por definição,
pois se adere a vida mental cessa”.
Penso na obra e nos ombros
num mundo de escombros.
Intelectual Público
atual e atuante
militante na cidadania
(e o preço da cidadania
é a eterna militância)
assim delimita: milito
nas instâncias de militância eleitoral
e enquanto tal e qual um eleitor
aposto numa hipótese de poder
...no poder – no poder para realizar
aquelas políticas públicas
de que tanto fala o militante
intelectual público.
Intelectual Público
atual e atuante
nas instâncias das políticas públicas.
Uma Marilena Chauí
atuando nas políticas públicas
do Oiapoque ao Chuí....

Lembro da Educação dos cinco
(e do sexto e do bissexto!) sentidos
pela atuação da pedagogia
de Paulo Freire & Cia
(Angicos é fuxico!)
e da atuação de Celso Furtado
na Autarquia das ideias e ações
contra as oligarquias
da indústria da seca.
Excelso Celso! Nunca ex-Celso!

                   Wilson Araújo de Sousa (WAS)

MOBILIDADE DO POEMA

simétrica métrica dinâmica
da regra do jogo
da grande ilusão
que é a ilusão que atua
feito tatuagem-coração
de eterno flerte
com a arte
que é “o luzir sensível
da ideia” (Hegel)
a reluzir na vida
por toda parte.
vida em obra de arte
aberta que se desdobra
contra o desastre.

                     Wilson Araújo de Sousa (WAS)

BORDADO COM OS BORDÕES DE EVERARDO NORÕES

bordões
bordados
a ferro
no fogo estranho
que reluz
nas entranhas
da noite de são joão
da cruz,
onde, ao sabor
descalço do medo,
o degredo da cor
toma o licor
do segredo
do poema de sete frases
que perambula
pela brisa
sonâmbula,
envolve lâminas
de febre,
esquiva-se da lepra
do silêncio
e da serpente
que dorme no umbigo
do sono,
enquanto o soluço
desata a boca
num grito que desce
entre gerânios
e, de dentro dos gomos,
um lagarto espreita

os passos de DEUS
no centro da dança
que o olhar desviado
para a rota (encabulada)
dos espelhos
não alcança.

                 Wilson Araújo de Sousa (WAS)

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