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LUTO

Zé Celso será cremado em Itapecerica da Serra, na região metropolitana de SP

Amigos, familiares e fãs se despediram do dramaturgo, diretor e ator com longas salvas de palmas, danças, música e performances em São Paulo

O dramaturgo José Celso Martinez O dramaturgo José Celso Martinez  - Foto: Marcos Alves

Foi com longas salvas de palmas, danças, música e performances que centenas de amigos, familiares e fãs se despediram de José Celso Martinez. O Teatro Oficina foi tomado pela arte a que o dramaturgo, diretor e ator tanto se dedicou em vida. Sobre seu corpo, uma bandeira da Vai-Vai, sua escola de samba do coração. Ao lado do teatro, o terreno vazio que, pelo desejo de Zé Celso, deveria ser transformado no Parque Bixiga.

O velório começou na noite da quinta e se estendeu até o fim da manhã desta sexta-feira. Homenagens alegres e musicais se alternavam com momentos silenciosos, de muita emoção. Sentado em uma cadeira ao lado do caixão, Marcelo Drummond, com quem Zé Celso havia se casado há um mês, era consolado pelas pessoas que davam o último adeus a Zé.

O corpo do dramaturgo deixou o local por volta do meio dia e será cremado no Crematório Horto da Paz, em Itapecerica da Serra, região metropolitana de São Paulo, por volta das 14h.
 

Zé Celso morreu aos 86 anos na manhã da última quinta-feira, após ter mais de 50% do corpo queimado em um incêndio que atingiu seu apartamento no Paraíso, Zona Sul de São Paulo, na terça-feira. Ele ficou internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital das Clínicas, mas não resistiu às complicações e faleceu.

O fundador do Teatro Oficina estava trabalhando na adaptação de A Queda do Céu, que estava prevista para estrear no segundo semestre deste ano. Agora, não se sabe qual será o futuro da obra e qual será a programação do teatro. Marcelo Drummond, seu marido, irá assumir a liderança e ainda vai se reunir com os integrantes do teatro para decidir os próximos passos.

"A religião do Zé é esse teatro, essa escola que ele deixou. Hoje nós não estamos nos despedindo de Zé, estamos eternizando o Zé Celso, ele deixa de ser o grande Exu das artes, deixa de ser nosso mestre, nosso grande guru das artes, e hoje ele vira uma divindade. Estamos aqui eternizando o Zé. Isso foi uma celebração à vida e não à morte. Ele é digno de ser cultuado para sempre, não só na memória de cada um, mas na história do teatro. Zé não é lágrima, Zé é sorriso, é alegria",  disse Márcio Telles, ator e pai de santo do Teatro Oficina, no momento em que o caixão foi fechado, sob fortes aplausos.

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