Críticas, surpresas e série de comédia entre os destaques do Emmy 2020
Principal ganhadora da noite com 30 prêmios, a HBO desbancou a maior indicada, Netflix, que levou 21 estatuetas
Em uma temporada marcada por festivais e premiações virtuais, o Emmy conseguiu escapar da narrativa de lives caseiras e pouco produzidas que os outros circuitos estavam proporcionando até o momento. A principal premiação da televisão em língua inglesa, organizada pela Academia de Artes e Ciências da Televisão, selou a noite do último domingo (20) com surpresas, humor e uma tentativa de diversificar seus vencedores. Principal ganhadora da noite com 30 prêmios, a HBO desbancou a maior indicada, Netflix, que levou 21 estatuetas.
Diversidade e críticas
Assim como em qualquer premiação importante dos Estados Unidos, o Emmy estava na berlinda pela falta de diversidade nas indicações e nos vencedores das edições anteriores. Em um ano marcado pelas manifestações antirracistas, pela luta de direitos e eleições no país norte-americano, as cobranças por visibilidade de minorias estava cada vez mais fortes. A premiação tentou diversificar, ao indicar 102 artistas negros (34%), mas ainda houve críticas pela quantidade de vencedores.
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Uma das apresentadoras da noite, a atriz Laverne Cox, sofreu um corte ao criticar a ausência de atores e atriz trans na premiação. A série Pose, uma das produções mais elogiadas do ano, foi esnobada pelo circuito. Em sua fala, Laverne lembrou as quatro indicações seguidas sem ir para casa com a estatueta. “Sou a prova viva do sonho americano de que qualquer um neste país pode perder o Emmy por quatro anos na mesma categoria e ainda de alguma forma acabar neste palco entregando um prêmio para alguém que provavelmente não…”, diz com seu áudio cortado.
Uma das atrizes mais premiadas da televisão norte-americana, Regina King levou o troféu por “melhor atriz em telefilme ou minissérie” por “Watchmen”, da HBO, uma das grandes vencedoras da noite. Estampando uma camiseta em homenagem à Breonna taylor, mulher vítima da polícia na sua própria casa, a estrela era uma das apostas. Na mesma produção, o ator negro Yahya Abdul-Mateen II levou de melhor ator coadjuvante em minissérie.
Atriz jovem
Uma das surpresas da premiação, a atriz Zendaya levou a estatueta de “melhor atriz em série de drama” por sua atuação em “Euphoria”, na HBO. Com apenas 24 anos, ela quebrou dois recordes: a mais jovem mulher a levar o prêmio na categoria e a segunda negra a conquistar o troféu. Em 72 edições, uma mulher negra só levou a categoria em 2015, com Viola Davis. “Você não pode ganhar um Emmy por papéis que simplesmente não existem. Então aqui vai um agradecimento a todos os roteiristas, as pessoas incríveis que são Ben Sherwood, Paul Lee, Peter Nowalk, Shonda Rhimes, pessoas que redefiniram o que significa ser bonita, ser sexy, ser protagonista, ser negra.”, disse na ocasião.
Comédia da noite
Não é incomum um seriado se destacar nas edições do Emmy, levando uma quantidade considerável de categorias. Além de “Watchmen” e “Succession”, da HBO, o maior destaque da noite foi para a canadense “Schitt’s Creek” nas categorias de comédia, com sete estatuetas. Uma leve surpresa, tendo em vista que “The Marvelous Mrs. Maisel” era a favorita a levar alguns dos prêmios, principalmente em melhor atuação. A série, pouco popular, conta a história de uma família rica que vai à falência e precisa se mudar para uma cidade pequena. A produção, além de ser exibida em um canal pequeno nos Estados Unidos, foi basicamente ignorada nos anos anteriores da premiação.