Obesidade: os dois lados da moeda
Mistura de diabetes e obesidade já é considerada nova doença, segundo especialista
Por: Fernando Martins, da editoria Sabores em 20/10/19 às 07h00, atualizado em 17/10/19 às 17h29

No mês que marca o crescimento da obesidade no mundo, algumas questões vêm à tona. Existe diferença entre o preconceito aos obesos e a condição do fator de risco, ambas acontecem e devem ser evitadas. Por um lado, há a discriminação estética, alimentada pelos estereótipos, padrões de beleza socialmente construídos e a ideia de que uma vida saudável está ligada ao corpo magro. Do outro, não temos como ignorar o fato de que o sobrepeso facilita o diagnóstico de doenças como asma, problemas cardiovasculares, gordura no fígado, diabetes e até câncer.
Os números mostram que a generalização da doença é errônea, porém preocupante. Segundo Humberto Arruda, especialista em Medicina Preventiva, 15% das pessoas consideradas obesas são saudáveis e 85% vão desenvolver outros tipos de distúrbios. “Do ponto de vista da saúde, não podemos considerar que não há problemas em ser obeso, também não significa que todo obeso vai ser doente, mas infelizmente, na maioria dos casos, há uma incidência assustadora de hipertensão, infertilidade (nas mulheres) e câncer, por exemplo”, diz Arruda.
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De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a chamada Diabesidade já é considerada uma nova doença vinda da mistura entre diabetes e obesidade. Mais de 50% dos pacientes obesos vai desenvolver a diabetes durante a vida. Para Humberto, o grande vilão está nos carboidratos. “Se houver uma redução do consumo de carboidratos como pão, bolacha, biscoitos e farinha, é possível chegar a bons resultados e à reversão natural do quadro”, fala o profissional.
Humberto ainda salienta que a obesidade acontece porque a população está se alimentando de forma errada e especifica que refrigerante e suco de fruta também são nocivos, pois seu consumo aumenta o nível de açúcar no sangue sete vezes mais do que o açúcar normal. “Se você pega um pão com 100 calorias e um bife com o mesmo valor, os dois possuem a mesma quantidade de calorias, mas o pão vai fazer você engordar e a carne não, sobre reduzir o peso, calorias não são importantes e, sim, o hábito de comer corretamente”, exemplifica Arruda.
A ideia de que a cirurgia bariátrica vai resolver o problema sozinha também está errada. Segundo Humberto Arruda, a cada 10 pessoas que fazem a cirurgia, seis voltam a engordar novamente. A mudança do que se coloca no prato é o maior aliado contra a obesidade.
Obesidade e sobrepeso
O índice de massa corporal (IMC) presente vai definir se a pessoa está com sobrepeso ou se é obesa, mas as duas coisas são diferentes. Considera-se obesidade quando o IMC do paciente adulto estiver acima de 30. Abaixo disso (entre 25 e 30) é sobrepeso, e metade da população está nesse patamar. Maior que 40 é a obesidade grau III, conhecido pelo nome de obesidade mórbida. Para saber qual o nível de IMC, basta pegar o peso e dividir pela altura ao quadrado.
A obesidade e o sobrepeso estão relacionados ao peso na balança. Pessoas magras com taxas alteradas possuem alguma deficiência no metabolismo, mas não podem ser chamadas de obesas ou com sobrepeso.
Confira a tabela com os valores do Índice de Massa Corporal do adulto:
Menor que 18,5 - Baixo peso
18,5 a menor que 25 - Eutrófico ou peso adequado
25 a menor que 30 - Sobrepeso
30 a menor que 35 - Obesidade Grau I
35 a menor que 40 - Obesidade Grau II
Maior que 40 - Obesidade Grau III
FONTE: Ministério da Saúde
Serviço:
Humberto Arruda, especialista em Medicina Preventiva
Rua Padre Carapuceiro, 752, sala 1201, Boa Viagem
Informações: 99897-5519
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