Justiça

123milhas entra em recuperação judicial e pede suspensão das dívidas por 180 dias

Empresa pede que ações de cobrança sejam suspensas de forma imediata por um período inicial de 180 dias

Crise da 123milhas Crise da 123milhas  - Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

A 123 Milhas entrou, na tarde desta terça-feira, com pedido de recuperação judicial em tutela de urgência por meio da 1ª Vara Empresarial de Belo Horizonte. A informação foi antecipada pelo colunista Lauro Jardim. O pedido é que todos os processos de cobrança movidos contra a empresa sejam suspensos de forma imediata, por um período inicial de 180 dias.

Nessa segunda, a companhia fez uma demissão em massa em seu quadro de colaboradores e informou à imprensa que estava "trabalhando para, progressivamente, estabilizar sua condição financeira".

Pouco mais de uma semana atrás, a agência on-line de turismo anunciou a suspensão de bilhetes de pacotes flexíveis da sua linha Promo, com previsão de embarque entre setembro e dezembro. A medida decepcionou inúmeros clientes, já que muitos haviam reservado e quitado hospedagens e passeios nos destinos pretendidos.

O fato levou Procons do Rio de Janeiro e de São Paulo a cobrarem explicações da companhia, assim como os Ministérios da Justiça e do Turismo.

Ao contrário do que determina o Código de Defesa do Consumidor, a 123milhas não ofereceu a possibilidade de os clientes escolherem como desejariam ser recompensados: através de cumprimento forçado imediato, recebimento de produto ou serviço semelhante ou devolução de dinheiro com correção monetária. A empresa simplesmente informou aos consumidores que eles iriam receber um voucher para uso na própria plataforma em até 36 meses.

De acordo com a advogada Luciana Atheniense, algumas das pessoas representadas por ela receberam "vouchers picados". Em um dos casos, uma compra de uma viagem de R$ 2 mil foi devolvida em quatro vales de R$ 500, que não poderiam ser usados juntos. A medida, segundo ela, desrespeita toda a legislação de direitos dos consumidores.

Na ação, a 123milhas alega enfrentar uma crise "momentânea e pontual" e destaca "a importância econômica e social que tais medidas (de recuperação judicial) possuem para ajudar a manter o regular funcionamento da economia brasileira”.

Em nota enviada ao Globo, a empresa informou que o pedido de recuperação judicial "tem como objetivo assegurar o cumprimento dos compromissos assumidos com clientes, ex-colaboradores e fornecedores". Além disso, ao concentrar em um só juízo todos os valores devidos, a empresa avalia que chegará mais rápido a soluções com todos os credores para reequilibrar sua situação financeira.

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