REDES SOCIAIS

20 anos do Facebook: de 'álbum de alunos' a um gigante com 4 bilhões de usuários

Empesa inovou em rede social, comprou rivais e criou um conglomerado com cinco plataformas que é usado por metade da população global

Meta Meta  - Foto: Lionel Bonaventure / AFP

O que começou como uma rede social de universitários, chamada inicialmente de TheFacebook e inspirado nos clássicos anuários de fotos de estudantes, se tornou em vinte anos um conglomerado com cinco plataformas sociais que abocanham todos os meses, sob o nome de Meta, a atenção de 3,94 bilhões de pessoas no mundo - cerca de metade da população global.

Para se tornar a rede social mais poderosa do planeta, o Facebook precisou deixar de ser apenas o Facebook - comprou concorrentes e criou ferramentas que competem com rivais. A empresa, que completa 20 anos no próximo domingo, criou uma nova forma de interagir em redes sociais. Ea dotou uma estratégia agressiva para crescer.

A empresa dona do Facebook (hoje batizada de Meta) agrega hoje Instagram, WhatsApp, Messenger e Threads agora mira a nova fronteira tecnológica da inteligência artificial (IA) generativa para crescer sua base de usuários e aumentar receita.

Cópia de atrativos de rivais
As aquisições mais significativas nessas duas décadas foram a do Instagram, em 2012, e depois a do WhatsApp, em 2014 -compras que foram questionadas pelas autoridades americanas de comércio na época, e depois autorizadas.

Francisco Brito Cruz, diretor executivo do InterlLab, lembra que uma parte importante da estratégia da empresa ao incorporar rivais passa pela interconectividade dos aplicativos.

— Essa é uma integração que aconteceu para os usuários, mas também do ponto de vista de receita. O dado que é coletado aqui será utilizado para direcionar publicidade lá.

Para evitar a perda de usuários para concorrentes, as plataformas da Meta também acabaram mudando de cara - veio a criação do Stories (similar ao SnapChat); a função Reels, influenciada pelo sucesso do TikTok; e o próprio Threads, um concorrente para o X (e x-Twitter).

Com vários apps, mais ganho em publicidade
Hoje, enquanto usuários rolam seus feeds e stories com conteúdo de amigos, celebridades e desconhecidos, a plataforma de anúncios da Meta cruza justamente essa enorme quantidade de dados para operar o que chama de "leilão", um processo complexo que determina qual anúncio será exibido para quem. Neste pregão, o item leiloado é a atenção do seguidor e os interessados no certame são os anunciantes.

— Você paga pela interação e pode replicá-la do Instagram para o Facebook, com a possibilidade de direcionar o usuário para uma conta no WhatsApp. — resume Rogério Salgado, diretor e fundador da Agência Explorer.

O desafio da geração TikToker
Ao completar 20 anos, a Meta mudou de nome e de cara, mas manteve como modelo de negócio principal o ganho com receita de anúncio, o que garante para a o espaço na elite das empresas mais valiosas do mundo.

A empresa fechou 2023 como a quinta maior empresa listada em Bolsa nos EUA, com um valor de mercado de nada menos do que US$ 1,2 trilhão.

O próximo passo da Meta é integrar a IA generativa em tudo - do Instagram ao WhatsApp. Desde o ano passado, a companhia ampliou uso de IA para otimizar os anúncios, tanto na criação de peças quanto na melhora da distribuição da publicidade.

As mudanças para anunciantes feitas com IA já aparecem nos resultados financeiros da empresa - em 2023, a receita da empresa cresceu 16%, para US$ 134 bilhões, informou a Meta na última quinta-feira. Na divulgação de resultados, a companhia cita a melhora desempenho de publicidade para as empresas e os esforços na inteligência artificial.

Para os usuários, a IA generativa será implementada para interagir e ajudar na criação de conteúdo, por meio de chabots, no estilo do ChatGPT, como anunciou a empresa no ano passado.

Realidade virtual e metaverso não deslancharam
Em duas décadas, no entanto, nem toda a grande aposta da Meta deu certo. A empresa, em 2014, comprou a Oculus VR, por exemplo, para ampliar a presença na realidade virtual. Dez anos depois, a área ainda traz poucos retornos.

Em 2021, a companhia mudou o nome para Meta justamente com a ideia de que a internet migraria para o metaverso, o que também não aconteceu. Daqui para frente, há ainda o desafio geracional, lembra Thiago Guedes, analista e diretor de Negócios da Bridgewise:

— A concorrência do TikTok é muito forte. A longo prazo, o que teremos que observar é o efeito da mudança geracional. Será que a Meta vai ser capaz de engajar o público mais jovem em suas plataformas? — questiona.

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