24% dos brasileiros perderam dinheiro em golpes virtuais nos últimos 12 meses, diz pesquisa
O levantamento aponta que a maior parte dos golpes se concentra em pessoas de cidades médias (de 50 mil a 500 mil habitantes)
Uma pesquisa realizada pelo DataSenado em parceria com a Nexus, empresa da FSB Holding, mostra que 24% dos brasileiros perderam dinheiro nos últimos 12 meses por crimes cibernéticos dos mais variados tipos, como clonagem de cartão de crédito ou invasão de contas bancárias.
Os pesquisadores ouviram 21.808 pessoas de 5 a 28 de junho para produzir o levantamento Panorama Político 2024. Esses são os Estados com os maiores porcentuais de vítimas de golpes: São Paulo (30%), Mato Grosso (28%), Roraima (27%), Distrito Federal (27%) e Espírito Santo (26%). Piauí (18%) e Ceará (17%) são as unidades federativas com as menores proporções de vítimas.
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O levantamento aponta que a maior parte dos golpes se concentra em pessoas de cidades médias (de 50 mil a 500 mil habitantes). As vítimas dos crimes cibernéticos nessas cidades representam 41% do total no País.
As cidades pequenas (de até 50 mil habitantes) concentram 26% das vítimas, enquanto os grandes centros (mais de 500 mil moradores) registram 32% dos golpes.
O estudo indica, ainda, que pessoas mais pobres são alvo mais recorrente desse tipo de crime. Mais da metade de todas as vítimas (51%) recebe até dois salários mínimos por mês (até R$ 2 824). A proporção, no entanto, é semelhante a essa fatia da população a nível geral - segundo o IBGE, 49% da população ganham até dois salários mínimos.
Os cidadãos que recebem de dois a seis salários mínimos mensais (R$ 2.824 a R$ 8.472) representam 35% das vítimas de golpes virtuais. O restante (14%) é formado por pessoas que ganham mais de seis salários mínimos.
A maioria dos alvos dos golpes é de cidadãos empregados. Duas em cada três vítimas têm emprego, enquanto 29% estão fora da força de trabalho e 5% estão desocupados.
Em comunicado divulgado à imprensa, o coordenador da pesquisa e analista do DataSenado, José Henrique Varanda, disse que o levantamento permite compreender a dimensão dos crimes cibernéticos no Brasil e pode servir para a elaboração de propostas para combater esses golpes. "Outro destaque é a representatividade da pesquisa ao trazer dados locais. As estimativas por unidade da Federação são importantes para representação parlamentar do Senado", afirma Varanda.
O CEO da Nexus, Marcelo Tokarski, afirmou que esses golpes "têm se tornado cada vez mais frequentes e sofisticados, impactando parcela significativa dos brasileiros" e que "os dados permitem um diagnóstico amplo, que pode apontar possíveis soluções para prevenção e enfrentamento desse problema".