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Jantar

A empresários, Haddad diz que Lula tem pressa para fazer entregas na economia

Ministro da Fazenda participou de jantar em Brasília com integrantes do Grupo Esfera

Fernando HaddadFernando Haddad - Foto: Douglas Magno/AFP

O jantar do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e sua equipe com cerca de 50 empresários e executivos de grandes empresas em Brasília, nesta quarta-feira, foi marcado por um clima de receptividade. Em rodas de conversas com integrantes do Grupo Esfera, o ministro afirmou em mais de uma ocasião que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem demonstrado pressa para fazer entregas na área econômica.

A um empresário que o questionou sobre a ausência de um tom "paz e amor" de Lula, Haddad teria dito que o presidente "quer acertar, e rápido" e que, por isso, pode parecer por vezes ansioso. Ainda de acordo com um dos presentes no jantar, Haddad teria mencionado que Lula disse ao ministro que o primeiro mês de governo passou rápido e que é preciso mostrar serviço na área econômica.

A jornalistas antes do evento, Haddad afirmou que agradeceria aos empresários a boa vontade que garantiu o acordo entre a pasta, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e grandes contribuintes sobre o chamado voto de qualidade no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), órgão que tem participação da sociedade civil e que julga litígios tributários no âmbito administrativo.

O acordo permitirá que o governo federal mantenha o voto de qualidade definido por uma Medida Provisória editada no mês passado e que garante vitória ao fisco nos casos de empate no órgão. Em contrapartida, a Fazenda se comprometeu a não aplicar multas aos contribuintes que toparem parcelar dívidas em até 12 meses.

Juros na mira
Durante o evento, Haddad voltou a criticar a taxa de juros no Brasil que, em sua visão, não tem explicação para ser tão elevada. O ministro repetiu exemplos que mencionou mais cedo em São Paulo em evento promovido pelo banco BTG Pactual com investidores ao comparar os juros reais no Brasil (taxa básica de juros descontada inflação) com o de outros países emergentes. Países que têm juros reais positivos, disse, praticam taxas inferiores à brasileira.

O ministro também descartou a tramitação de uma reforma administrativa antes da reforma tributária, demanda de parte do empresariado sob o argumento de definir o tamanho do Estado primeiro para em seguida definir a ordem de grandeza da arrecadação. Para Haddad, a reforma tributária é prioridade e é fundamental.

O jantar com Haddad foi organizado pelo Grupo Esfera, fundado pelo empresário João Carlos Camargo, e foi organizado na casa do advogado Nelson Wilians no Lado Sul, região nobre de Brasília. Estavam na lista de convidados com Haddad pelo lado do governo o secretário-executivo do ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo; o secretário extraordinário da Reforma Tributária, Bernard Appy, o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas; e a procuradora da Fazenda Nacional Anelize Lenzi.

Na platéia estavam empresários como Luiz Carlos Trabuco, presidente do conselho de administração do Bradesco; o controlador da incorporadora MRV e do Banco Inter, Rubens Menin; o presidente da AmBev, Jean Jereissati; e os advogados Roberto Quiroga Mosquera e Arnoldo Wald Filho.

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