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Energias renováveis

A hora da energia solar flutuante no Brasil

A regulamentação de sistemas híbridos de geração de energia vai beneficiar empresas como a Sunlution, pioneira na instalação de usinas de geração solar flutuantes

A Sunlution instala placas fotovoltaicas em espelhos d'água em represas de hidrelétricasA Sunlution instala placas fotovoltaicas em espelhos d'água em represas de hidrelétricas - Foto: Divulgação

Com a recente regulamentação da chamada hibridização dos sistemas de energia, as usinas solares flutuantes ganharam impulso, passando a serem mais conhecidas e mais exploradas no Brasil. A partir da aprovação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), as hidrelétricas vão poder investir em uma ou mais formas de geração de energia. A medida, que entra em vigor no dia 3 de janeiro, beneficia empresas como a Sunlution, pioneira na instalação de sistemas de geração solar flutuante no Brasil. A ação é um grande avanço que deverá ajudar a reverter o quadro crítico da crise hídrica. 

Segundo o sócio-diretor da Sunlution, Luiz Piauhylino Filho, a medida da hibridização é importante para ampliação e consolidação da tecnologia no Brasil.

“Com a regulamentação e com a experiência já adquirida em projetos-piloto, conseguimos deflagrar de fato a implementação de projetos de larga escala já em 2022, duplicando ou até triplicando nos próximos anos, afirmou. 

O sócio conta que um estudo recente publicado pela Michigan State University sobre o caso específico do Brasil mostra que a associação das hidrelétricas a outras fontes de energia pode aumentar a sua capacidade em até 17,3%.

“O Brasil é um caso ímpar beneficiado por condições que poucos lugares no mundo têm: água, vento e sol em abundância”, complementou Piauhylino Filho.

Luiz Piauhylino Filho destaca as condições brasileiras. Foto: Divulgação

Como funcionam   

As placas fotovoltaicas instaladas sobre os espelhos d’água em represas de hidrelétricas, lagos ou lagoas compõem a base de uma usina solar flutuante.  A geração híbrida, que alia o sol (energia solar) à água (energia hídrica), aumenta em mais de 17% a capacidade de geração das usinas hidrelétricas, a partir da fusão das duas tecnologias. 

Além de captar e gerar energia, as usinas flutuantes sobre a lâmina d’água ainda limitam evaporação em 70% na área coberta e inibem proliferação de algas. 

Tecnologia aprovada no Brasil 

Em parceria com a Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf), do Grupo Eletrobrás, a Sunlution desenvolveu há quatro anos o primeiro projeto de Pesquisa & Desenvolvimento do País que já implantou painéis fotovoltaicos flutuantes em área de dez mil metros quadrados na Usina Hidrelétrica de Sobradinho, no interior da Bahia, hoje responsáveis pela geração de 1MWp. Outro importante projeto foi a instalação de usina solar flutuante de 305 KWp em uma fazenda em Cristalina (GO). A lagoa artificial abastecida por água da chuva captada dos telhados dos galpões foi o primeiro caso de usina sobre lago em escala comercial no País e também o pioneiro em propriedade rural. 

Em parceria com a KWP Energia, a Sunlution também implementou projeto-piloto da Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae) na represa Billings, em São Paulo. Ocupando área de 10.700 hectares de lâmina d’água, um dos maiores e mais importantes reservatórios de água daquela região metropolitana, a represa recebeu o projeto-piloto da primeira usina fotovoltaica flutuante a partir de módulos 100% fabricados no Brasil. Após a experiência bem-sucedida, a Emae está investindo agora na instalação de novas plantas solares flutuantes no local.

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