A nova rotina dos escritórios; confira
Nesta retomada, funcionários irão se deparar com o novo normal no ambiente de trabalho.
As medidas de isolamento social necessárias para combater a pandemia do novo coronavírus reformularam a maneira como muitas empresas trabalham. Home office, redução de reuniões e proibição das viagens a trabalho foram necessárias para que os negócios continuassem a funcionar de forma segura. Após cinco meses, o Governo do Estado permitiu o funcionamento dos escritórios com 100% do efetivo dos trabalhadores. Neste retorno, porém, os funcionários terão que se acostumar com o “novo normal” do ambiente de trabalho.
O edifício-sede da Celpe, por exemplo, precisou passar por diversas adaptações para a retomada ser feita sem colocar em risco a saúde dos funcionários. “Nas entradas existem dois pontos para aferição da temperatura, um com termômetro e outro com câmera termográfica, além de tapetes sanitizantes, garantindo a higienização. A parte interior da empresa está identificada com orientações para o fluxo de pessoas e escadas direcionadas. Todas as mesas de trabalho foram identificadas com adesivos verdes e vermelhos, onde é permitido ou não trabalhar ali. As copas da empresa foram desativadas e foi criada uma estrutura de refeitório, com divisórias individuais”, explicou a gerente de Saúde e Segurança da Celpe, Rosylânia Menezes.
Apesar da liberação de 100% do efetivo de trabalhadores, a concessionária não pretende, neste momento, permitir que todos voltem ao trabalho presencial. Quem está no grupo de risco, por exemplo, vai continuar em home office. Atualmente, cerca de 40% dos funcionários estão voltando a trabalhar no edifício-sede, que tem capacidade aproximada para mil colaboradores. Mesmo com menos da metade do número de pessoas circulando, foi elaborado um revezamento por horário para garantir que não haja aglomeração.
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Além da mudança estrutural, a distribuidora de energia elétrica também percebeu a necessidade de conscientizar seus funcionários. Uma campanha interna sobre saúde e segurança foi realizada para que os protocolos sejam seguidos por todos. “Os colaboradores passaram por um processo de integração antes do retorno, onde cada um recebe uma cartilha digital explicando todas as regras de convivência, para que a gente garanta a segurança de todos. Além disso, kits de higiene com máscaras reutilizáveis foram entregues aos funcionários. Os eletricistas, que não pararam durante o isolamento, receberam as orientações e os kits de prevenção bem antes desta retomada”, disse Rosylânia Menezes.
A eficácia do home office foi observada no escritório de advocacia Queiroz Cavalcanti. Com cerca de 600 pessoas em seu quadro de funcionários, houve a necessidade de o trabalho ser feito em casa quando o expediente presencial estava proibido. E o resultado surpreendeu. “A pandemia foi o empurrão que a gente precisava. O home office já era liberado, mas ainda não era muito comum e havia um olhar de desconfiança. Porém, durante o isolamento conseguimos manter o nível de atendimento aos nossos clientes mesmo com os funcionários em casa, o que mudou nossa percepção sobre o trabalho remoto”, observou o coordenador de Comunicação e Marketing do escritório, Túlio Korossy.
Mesmo seguindo os protocolos de higiene exigidos pelo Governo do Estado, o escritório liberou apenas 25% do efetivo a voltar ao trabalho presencial, e todos de forma facultativa. Além disso, devido ao bom rendimento, a empresa já estuda manter o formato híbrido. “Provavelmente iremos adotar um sistema intercalado de pessoas, onde haverá rodízio nas equipes que irão trabalhar no escritório. A gente entendeu que boa parte da equipe funciona muito bem em home office, então já estamos estudando sobre como fazer para ficar com uma parte dos funcionários presenciais e parte no trabalho à distância”, explicou Túlio Korossy.
Ao fazer essas mudanças no dia a dia do escritório, é fundamental que se analise a produtividade. Segundo o economista André Morais, nem sempre o contato pessoal pode ser substituído. “Neste momento, é fundamental colocar a saúde em primeiro lugar e evitar as reuniões presenciais. Mas quando os números da Covid-19 melhorarem, será preciso analisar o que é indispensável de se fazer pessoalmente”, afirmou o economista.
É necessário, portanto, fazer uma análise para verificar o que é melhor para a empresa e colaboradores. “Sobre o home office e viagens a trabalho, é fundamental que as empresas observem a relação entre custo e produtividade para ver o que vale mais a pena para o seu negócio. Não existe uma regra pré-definida”, finalizou André Morais.