PEC

Abilio diz não estar preocupado com tamanho da PEC da Transição, e Esteves critica texto aprovado

Investidor prevê crescimento do PIB de até 3% no ano que vem, enquanto banqueiro afirma que ambiente de investimentos deve piorar com medida

Abílio Diniz, empresário Abílio Diniz, empresário  - Foto: Divulgação

O investidor Abilio Diniz, presidente do conselho de administração da Península e membro do conselho do Carrefour, afirmou nesta quinta-feira (8), em São Paulo, não estar preocupado com o valor a ser previsto pela Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da Transição para gastos acima do teto. O empresário se disse otimista desde que haja compromisso do novo governo com o equilíbrio fiscal depois que o mecanismo seja aprovado. No mesmo evento, o banqueiro André Esteves criticou o dispositivo.

"Eu não estou preocupado com o tamanho da PEC. Nós vamos chegar neste final de ano a uma relação dívida PIB de 74% do PIB. Com a PEC, vai aumentar um pouquinho essa relação, mas com o crescimento (econômico), essa relação pode cair muito, pode melhorar muito no final dos quatro anos se o governo chegar e dizer: a PEC (custa) tanto, tenho o dinheiro que eu preciso, vou ter um rigoroso controle fiscal. Pronto, vai haver tranquilidade, investimento e (o Brasil) vai crescer",  afirmou Abilio Diniz.

O empresário disse estimar que o país cresça de 2% a 3% em 2023, uma perspectiva mais otimista que a média do mercado. O projeção mais recente do boletim Focus é de 0,75% de crescimento econômico em 2023.

As declarações foram feitas durante evento realizado em São Paulo pelo Insper e pelo movimento Renova BR, que visa a capacitar políticos e parlamentares. Abilio participou de uma mesa-redonda com o banqueiro André Esteves, fundador e sócio do BTG Pactual, e discursou a uma plateia formada por parlamentares e estudantes.

"Estamos fazendo (essa previsão) em virtude do que pode acontecer e 2023 se houver previsibilidade, se acalmar essa questão de dúvidas sobre o problema de descontrole fiscal. Pode crescer até mais", disse Diniz.

O empresário defendeu que o governo Lula “tem que dizer que é isso (o valor da PEC) e acabou”:

— Se o governo fizer isso, não teremos grandes problemas. Tem total capacidade de reverter essa relação (entre dívida e PIB maior) se o país crescer nesses quatro anos.

Abilio disse acreditar no compromisso vocalizado pelo vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, com o equilíbrio fiscal. Questionado sobre o nome de Fernando Haddad como possível ministro da Fazenda, o investidor afirmou que “todos os nomes” ventilados até o momento são capazes, mas que vai esperar o anúncio oficial para fazer comentários.

Diferentemente de Abilio, porém, André Esteves criticou a PEC da Transição.

— Essa PEC que está pintando de R$ 200 bilhões piora as condições para o investimento privado vir (para o país) — afirmou o banqueiro.

O valor aprovado pelo Senado nesta semana foi de R$ 168 bilhões.

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