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Aérea

Ações da Boeing caem e regulador exige novas inspeções nas aeronaves MAX

United Airlines disse que havia descoberto parafusos mal ajustados durante inspeções preliminares das portas de seus aviões Boeing 737 MAX 9

O modelo Boeing 737 Max não voa mais desde 2019 O modelo Boeing 737 Max não voa mais desde 2019  - Foto: Divulgação/Boeing

As ações da Boeing despencaram nesta segunda-feira (8), depois que um painel se desprendeu da fuselagem de um de seus aviões em pleno voo, trazendo novamente à tona questões de segurança, em um momento no qual a fabricante vinha tentando recuperar sua reputação.

A queda de mais de 8% nas ações da Boeing na bolsa de valores de Nova York pressionou o índice Dow Jones.

A isso se soma o novo pedido das autoridades de aviação civil para que as companhias aéreas cumpram com novos protocolos de inspeção para as aeronaves com configurações similares às do 737 MAX 9, o modelo envolvido no incidente.

A companhia americana United Airlines disse hoje que havia descoberto parafusos mal ajustados durante inspeções preliminares das portas de seus aviões Boeing 737 MAX 9.

A United "encontrou casos que parecem estar relacionados com problemas de instalação na segurança da porta, por exemplo, parafusos que precisavam de um apertão adicional", disse a companhia.

Com 79 aviões MAX 9, a United possui a maior frota da aeronave em questão.

Na sexta-feira (5), o voo 1282 da Alaska Airlines decolou do aeroporto de Portland (Oregon) e, pouco depois, a tripulação relatou um "problema de pressurização", de acordo com a Administração Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês).

O avião voltou rapidamente para Portland. Imagens publicadas nas redes sociais mostravam um enorme buraco, onde o painel lateral havia estourado, com máscaras de oxigênio de emergência caindo do teto.

Os inspetores se mostraram aliviados pelo fato de o incidente não ter resultado em vítimas fatais ou feridos com gravidade.

'Inspeções reforçadas'
A área do avião afetada no incidente foi a trava de uma porta, um painel usado para fechar uma saída de emergência desnecessária em aviões com configurações de assentos menores.

As autoridades americanas continuam investigando o incidente de sexta-feira, mas os analistas apontaram que a falha pode ter sido provocada por um defeito de controle de qualidade ou de fabricação.

Nesta segunda, a FAA anunciou a aprovação de um roteiro para novas inspeções incluindo travas, componentes e fixadores das portas laterais.

"As aeronaves Boeing 737-9 permanecerão em terra até que os operadores concluam as inspeções reforçadas", disse a FAA na rede social X (antigo Twitter).

A agência reguladora acrescentou que 171 aviões deste modelo terão que ser inspecionados, e que cada revisão levará entre quatro e oito horas.

A United disse que continuava esperando a aprovação final do processo de inspeção completo.

A Boeing entregou até agora cerca de 218 aeronaves 737 MAX, disse a empresa à AFP.

Nesta segunda, em concordância com a FAA, a Boeing publicou instruções técnicas para as inspeções dos operadores, disseram os executivos da companhia, Stan Deal e Mike Delaney, em mensagem para seu pessoal.

A AeroMexico, que suspendeu 19 aviões, disse que estava na "fase final" de inspeções e acrescentou que espera que todos os MAX-9 de sua frota "voltem a operar nos próximos dias".

Outro revés para Boeing
Este incidente é o último revés para a fabricante, particularmente em relação ao 737 MAX.

Os piores foram dois acidentes - um voo da Lion Air na Indonésia em outubro de 2018 e outro da Ethiopian Airlines na Etiópia em março de 2019 - que causaram a morte de 346 pessoas no total e provocaram a imobilização em terra de todos os 737 MAX durante quase dois anos.

No domingo, o presidente-executivo da Boeing, Dave Calhoun, marcou uma reunião de segurança com todos os funcionários para esta terça-feira na fábrica da companhia no estado de Washington, e cancelou uma cúpula da direção.

Analistas da indústria consideram que o assunto parece ser mais um problema de controle de qualidade do que um tema de design que pode requerer uma revisão dos aviões.

Contudo, mesmo que o impacto financeiro direto seja contido, o incidente marca o pior episódio de um problema de segurança em voo desde os acidentes mortais do MAX em 2018 e 2019, e a Boeing pode enfrentar demoras nas aprovações governamentais de novos aparelhos ou das reparações propostas, estimaram os analistas.

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