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NEGÓCIOS

Ações da Tesla disparam com relatos de que Trump pode mudar regras para carros autônomos

Desde o dia das eleições americanas, o valor dos papéis da fabricante de carros elétricos de Musk subiram 28%

Cybercab, carro totalmente autônomo anunciado pela Tesla Cybercab, carro totalmente autônomo anunciado pela Tesla  - Foto: Reprodução/X/@Tesla

As ações da Tesla saltaram 8% no pré-mercado nesta segunda-feira depois que membros da equipe de transição do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, informaram a conselheiros que planejam fazer da criação de regras federais para veículos totalmente autônomos uma das prioridades do Departamento de Transportes, segundo pessoas familiarizadas com o assunto.

Desde o dia das eleições americanas, o valor da ação da fabricante de carros elétricos subiu 28%. Enquanto isso, as ações da Uber Technologies e da Lyft caíram 2% antes do início do pregão regular em Nova York.

Se novas regras permitirem carros sem controles humanos isso beneficiará diretamente Elon Musk, CEO da Tesla, e grande doador da campanha de Trump, que se tornou uma figura influente no círculo íntimo do presidente eleito. Musk, o homem mais rico do mundo, aposta o futuro da fabricante de veículos elétricos em tecnologia autônoma e inteligência artificial.

As regras federais atuais representam barreiras significativas para empresas que desejam lançar veículos em grande escala sem volante ou pedais, algo que a Tesla planeja fazer.

A equipe de transição de Trump está buscando líderes políticos para o departamento desenvolver uma estrutura regulatória para veículos autônomos, segundo fontes.

Embora o Departamento de Transportes possa emitir regras por meio da NHTSA para facilitar o lançamento de veículos autônomos, uma lei aprovada pelo Congresso abriria caminho para a adoção em massa desses veículos.

Uma medida legislativa bipartidária, ainda em estágio inicial de discussão, criaria regras federais para veículos autônomos, segundo duas pessoas familiarizadas com o assunto.

Um dos candidatos considerados para assumir a função de secretário de Transportes é Emil Michael, ex-executivo da Uber, que já conversou com a equipe de Trump e possíveis colaboradores, segundo fontes. O trabalho ainda está em estágio inicial, e os detalhes das políticas ainda não foram definidos.

Os representantes republicanos Sam Graves, do Missouri, e Garret Graves, da Louisiana, também foram cogitados para liderar o departamento, segundo as fontes.

Produção em larga escala
Procurada pela Bloomberg, a equipe de transição não respondeu os pedidos de comentários.

Em outubro, Musk anunciou planos de produzir em larga escala robotáxis Tesla sem controles de motorista, começando em 2026. As regulamentações atuais nos EUA apresentam obstáculos significativos aos planos de Musk para o modelo Cybercab da Tesla, incluindo um limite que restringe o número de veículos que podem ser implantados.

O CEO pediu um processo de aprovação federal para veículos autônomos durante a teleconferência de resultados do terceiro trimestre da Tesla, dizendo que usaria qualquer cargo no governo para pressionar por essa aprovação.

Trump nomeou Musk e o empresário Vivek Ramaswamy para liderar um novo Departamento de Eficiência Governamental com o objetivo de “desmantelar a burocracia governamental” e reduzir gastos e regulamentações consideradas excessivamente onerosas.

Atualmente, a Administração Nacional de Segurança no Tráfego Rodoviário (NHTSA) permite que fabricantes lancem no mercado 2.500 veículos autônomos por ano, mas iniciativas legislativas para aumentar esse número para até 100.000 têm falhado repetidamente.

Esforços anteriores para criar uma legislação federal que regule veículos autônomos fracassaram.

Um projeto para aumentar aquele limite de unidades produzidas anualmente foi aprovado na Câmara há alguns anos, durante o primeiro mandato de Trump, mas ficou emperrado no Senado.

Uma tentativa de unir esse projeto a outra legislação no primeiro ano do governo Biden também não deu certo, pois alguns fabricantes tentaram incluir cláusulas que impediriam consumidores de processar as empresas ou organizar ações coletivas.

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