Economia

Agora estou 'enquadrado' num regime de comunicação política, diz Guedes após deixar articulação

Esse foi mais um capítulo do enfraquecimento do ministro da Economia após aproximação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) com o Congresso

Jair Bolsonaro (sem partido) e Paulo GuedesJair Bolsonaro (sem partido) e Paulo Guedes - Foto: Evaristo Sá/AFP

Em meio a processo de fritura no governo e a atritos com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o ministro Paulo Guedes (Economia) disse nesta quarta-feira (9) que, ao se afastar da articulação política, a comunicação do governo com o Congresso deverá melhorar.

"Agora estou 'enquadrado' num regime de comunicação política", afirmou em evento virtual promovido pelo IDP (Instituto Brasiliense de Direito Público). Na semana passada, o ministro se desentendeu com Maia e deixou o ritmo de avanço das reformas nas mãos do Congresso e do Palácio do Planalto. Guedes, porém, ainda conta com uma interlocução com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP).

Esse foi mais um capítulo do enfraquecimento do ministro da Economia após aproximação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) com o Congresso, em especial o centrão -grupo de partidos que se alinhou ao governo após liberação de emendas e cargos.

Guedes afirmou que está dormindo mais tranquilo, "porque agora temos eixo político". O ministro reconhece que teve alguns desentendimentos com Maia, mas agradeceu o presidente da Câmara pelo apoio à agenda econômica liberal. "Meu recolhimento é só isso [reflexo da organização da articulação política do Planalto]. Não é nada pessoal", declarou Guedes.

Em debate sobre a reforma administrativa, ele reconheceu que a proposta foi ajustada após considerações políticas, como a do presidente Bolsonaro para não haver mudanças nos direitos já adquiridos por servidores. "Eu acho que a reforma vai ter um curso relativamente suave no Congresso. Eu acho que ela vai ser aprovada ainda esse ano", previu o ministro.

Ele informou que, de acordo com cálculos preliminares, a reforma poderá representar uma economia de aproximadamente R$ 287 bilhões, mas Guedes não disse em quantos anos esse impacto seria alcançado. Para o ministro, o IBGE deverá anunciar neste mês uma revisão do crescimento do PIB no ano passado, para 1,3%. A alta para o PIB de 2019 divulgada em março foi de 1,1%.

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