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Produção familiar

Agricultura familiar de Pernambuco otimiza sua engrenagem e demonstra seu potencial produtivo

Praticada por 232 mil famílias pernambucanas, a atividade agrícola exercida pelos grupos ocupa um papel primordial para a segurança alimentar do Estado e do País

Na foto: Severina Correia da Silva, 61 - Associação dos pequenos produtores. // Na foto: Severina Correia da Silva, 61 - Associação dos pequenos produtores. //  - Foto: Rafael Melo / Folha de Pernambuco

A agricultura familiar representa 77% dos estabelecimentos agrícolas do País, o que corresponde a 3,9 milhões. O total equivale a um quarto da produção de alimentos essenciais, segundo o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar. Em Pernambuco, a atividade é praticada por mais de 232 mil unidades familiares e abastece mais de 70% da população do Estado com alimentos frescos e saudáveis, de acordo com o Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA).

Cada vez mais distante de ser uma prática exclusivamente importante para a subsistência, o exercício da atividade tem se fortalecido, impulsionado pela perseverança dos trabalhadores e iniciativas criadas pelo reconhecimento dos órgãos públicos e entidades privadas da capacidade produtiva e econômica a partir da agricultura familiar.

Para a presidente do IPA, Ellén Viegas, o agricultor familiar precisa apenas de incentivo para fortalecer o sistema de produção. A classe tem desfrutado de todas as condições e alternativas propostas por iniciativas, sejam elas federais, estaduais, ou de instituição privada para subsidiar, de alguma forma, a principal atividade econômica das cidades rurais.

Pronaf

De acordo com dados do Governo Federal, os agricultores familiares de Pernambuco contrataram, no primeiro semestre de 2024, na safra 2023/2024, R$ 1,25 bilhão por meio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), que oferece crédito com juros menores e mais garantias de acesso. O valor é 63,11% maior do que o financiado na safra anterior -2022/2023-, quando R$ 770 milhões foram investidos pelos trabalhadores rurais.

O empenho dos trabalhadores e a importância da criação de políticas cada vez mais robustas para a potencialização das atividades agrícolas das organizações familiares é traduzida por experiências como a de Severina Correia da Silva, de 61 anos, que está no ramo desde os 14 anos.

Trabalhadora rural na cidade de Chã Grande, na Zona da Mata Sul Pernambucana, Severina criou todos os seus cinco filhos com a renda gerada pela atividade agrícola. Hoje, eles também exercem a profissão junto à mãe.

“Faço parte da Associação dos Pequenos Agricultores e dentro da nossa comunidade, que tem 35 agricultores orgânicos, a gente se organiza em reuniões para poder ter acesso às oportunidades e todo mundo conseguir aproveitar. Há um tempo atrás, eu não via tantas coisas assim para ajudar e hoje ajuda muito vir para essas feiras”, contou a agricultora que participou da 1ª Feira de Negócios da Agricultura Familiar (FENEAF), que encerrou ontem (15), na sede do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA) e reuniu cerca de 300 produtores rurais.

De acordo com Severina, a expectativa da Associação dos Pequenos Agricultores era de que cada produtor vendesse R$ 7 mil reais durante os quatro dias de feira.  

Durante o evento, o Governo de Pernambuco anunciou o aporte de R$ 25 milhões para agricultura familiar do Estado, sendo R$ 18 milhões para aração de terra e R$ 7 milhões para a distribuição de 512 toneladas de sementes para plantio de milho, café e sorgo, destinados ao desenvolvimento produtivo dessa origem.

 

 

Desafios

Ainda assim, são muitos os desafios a serem enfrentados na infraestrutura, no enfrentamento às crises climáticas e no acesso à tecnologia, urgentes para otimizar a produção agrícola. Para Roberto Santos, apicultor na cidade de Custódia, esses fatores provocam a necessidade do investimento progressivo nas famílias que trabalham nas zonas rurais.

“A gente precisa ser visto e ser reconhecido. É de lá, do nosso solo, das nossas terras, do nosso trabalho, que vem a alimentação da maioria das pessoas. É para isso que a gente trabalha, e temos trabalhado cada dia mais, então incentivar o nosso esforço é muito importante para que a gente consiga continuar no batente (se referindo à continuidade no exercício das atividades)”, lembrou o apicultor Roberto Santos, da cidade de Custódia.

Na foto: Roberto Santos, 48 associação dos apicultores de Custódia

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