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AGU diz que fake news sobre Galípolo impactou o dólar e pede investigação da PF e da CVM

Postagem atribuía falsamente a Galípolo declarações sobre o dólar e comparações com uma inexistente moeda dos Brics

Gabriel Galípolo Gabriel Galípolo  - Foto: Lula Marques/ Agência Brasil

A Advocacia-Geral da União (AGU) encaminhou, na noite desta quarta-feira, ofícios à Polícia Federal (PF) e à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), para que sejam instaurados procedimentos policial e administrativo, respectivamente, para apuração de possíveis crimes contra o mercado de capitais, a partir da veiculação, em rede social, de desinformação envolvendo a política monetária brasileira, o Banco Central e seu futuro presidente, Gabriel Galípolo.

A Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom/PR) identificou na última terça-feira uma série de postagens realizadas por um perfil da rede social X atribuindo falsas declarações a Galípolo. Numa delas, atribuía falsamente a Galípolo declarações sobre o dólar e comparações com uma inexistente moeda dos Brics.

"As postagens trazem posicionamentos desprovidos de qualquer fundamento, prontamente desmentidas pelo Bacen, mas que ganharam repercussão significativa no mercado financeiro e em páginas e perfis especializados em análise econômica, fato que gerou impactos negativos na cotação do dólar", afirma a AGU.

 

No ofício, a AGU afirma que a desinformação, ao interferir diretamente na percepção do mercado, "comprometeu a eficácia da política pública federal de estabilização cambial, evidenciando o elevado potencial lesivo de boatos neste contexto".

A AGU argumenta que as condutas fraudulentas podem configurar crime contra o mercado de capitais (manipulação do mercado), conforme estabelecido no art. 27-C da Lei nº 6.385/1976, que dispõe sobre o mercado de valores mobiliários.

Gabriel Galípolo é hoje diretor de Política Monetária do Banco Central. O economista foi indicado para a presidência do Banco Central pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em agosto de 2024 e teve seu nome aprovado em outubro, após sabatina no Senado Federal. Ele assumirá o cargo em 2025.

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