Airbus anuncia previsão de entrega de 800 aviões em 2024 e amplia distância da rival Boeing
Fabricante europeia consolida liderança no mercado de jatos comerciais, enquanto rival americana está no alvo de reguladores, após incidente com aeronave em janeiro
A Airbus anunciou nesta quinta-feira que vai entregar cerca de 800 aeronaves neste ano, consolidando sua posição como maior fabricante de aviões comerciais. O anúncio foi feito em meio a problemas enfrentados por sua principal concorrente, a americana Boeing, que se viu obrigada a abortar planos de expansão após incidente com um 737 Max 9 em janeiro.
No ano passado, a Airbus entregou 735 aviões, mais que o previsto. O número de encomendas chegou a um recorde de 2.094, impulsionado pela demanda forte, especialmente de países ermergentes, como a Índia.
Com isso, a carteira da Airbus chegou a 8.598 unidades ao fim de 2023.
Já a Boeing entregou 528 aviões no passado e também teve um recorde de encomendas (1.576), embora abaixo da sua concorrente europeia.
A Airbus teve lucro de € 5,8 bilhões (ou US$ 6,2 bilhões) em 2023, pouco mais que no ano anterior, informou a companhia nesta quinta-feira. E anunciou pagamento de dividendos extra, após ter alcançado a marca de € 10 bilhões de caixa.
O lucro foi impactado por uma baixa contábil na divisão aeroespacial, mas é nos jatos comerciais que a empresa está ampliando a distância das rivais.
A Airbus pretende elevar a produção mensal de A320neo, principal concorrente dos 737 Max, para 75 unidades até 2026.
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A Boeing pretendia expandir a fabricação do modelo 737 Max para 50 exemplares mensair por volta de 2025. Para este ano, a meta eram 42 unidades por mês. Mas a empresa suspendeu a previsão, em meio a questionamento sobre o controle de qualidade das aeronaves.
Um avião 737 Max 9 da Alaska Airlines perdeu parte da fuselagem logo após a decolagem, pois os parafusos estavam soltos, em janeiro. A agência reguladora americana para o setor determinou, então, que a Boeing não poderá mais ampliar a produção da família 737 Max até que a companhia prove que resolveu os problemas nas suas linhas de montagem.
Essa limitação criou uma oportunidade para que a Airbus avance ainda mais na sua liderança. A empresa inaugurou uma nova linha de montagem do A321neo em Toulouse, na França, há poucos meses.
O CEO da Airbus, Guillaume Faury, garantiu que redobrará esforços para manter o crescimento com qualidade:
- Não pode ser quantidade acima de qualidade. Não queremos entregar um número de aviões, queremos entregar um número de aviões de alta qualidade e que sejam seguros - disse ele na coletiva de resultados.
Analistas lembram que a Airbus pode enfrentar gargalos no suprimento de peças, já que problemas na cadeia de fornecedores persistem.