Alemanha quer fortalecer laços econômicos com América Latina, diz ministra
Baerbock realizou uma reunião nesta sexta-feira com sua contraparte panamenha, Janaina Tewaney, e em seguida visitou o Canal do Panamá
A Alemanha deseja fortalecer os laços econômicos com a América Latina, mas com foco na proteção ambiental, afirmou nesta sexta-feira (9) a ministra alemã das Relações Exteriores, Annalena Baerbock, que encerrou uma viagem à região com uma visita ao Canal do Panamá.
"Isso é o que também estamos deixando claro aqui no Panamá, e nos outros países onde também estive, Colômbia e Brasil: queremos aprofundar nossa relação econômica e comercial e queremos torná-la sustentável juntos", declarou Baerbock à imprensa na capital panamenha.
"E minha visita também é para enfatizar que queremos cooperar precisamente nessas questões de proteção climática e comércio mundial. Mas nossos países também podem cooperar ainda mais em questões de pesquisa e tecnologia", acrescentou.
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Baerbock realizou uma reunião nesta sexta-feira com sua contraparte panamenha, Janaina Tewaney, e em seguida visitou o Canal do Panamá, na última parada de um giro pela região que também a levou ao Brasil e à Colômbia.
"Se, como previsto, os países da América Latina se tornarem grandes exportadores de hidrogênio verde, o Panamá pode desempenhar um dos papéis importantes como centro de transporte [do combustível para os mercados globais]. E digo claramente: precisamos que desempenhe esse importante papel", afirmou a ministra alemã.
"Meu país, como uma das maiores economias industrializadas, que no passado construiu sua prosperidade com base na queima de combustíveis fósseis, depende desse hidrogênio verde para o futuro de nossa base industrial", acrescentou.
Argentina, Chile e Uruguai estão apostando na produção de hidrogênio verde, uma alternativa aos combustíveis fósseis, pois sua queima não emite gases poluentes.
"A promoção da economia do hidrogênio ocupa um lugar importante em nossa agenda", ressaltou a ativista ambiental e chefe da diplomacia alemã.
Baerbock destacou a localização geográfica do Panamá - e seu canal - para facilitar o comércio mundial, pois é um ponto de encontro entre as Américas do Norte e do Sul, bem como dos dois maiores oceanos do planeta.
"Basta olhar para o globo terrestre para entender que o Panamá desempenha um papel especial nesta terra. Está na encruzilhada de quatro mundos", disse a ministra. "Aqui convergem as massas de terra da América do Norte e do Sul, mas também estão aqui as regiões do Atlântico e do Pacífico conectadas pelo Canal do Panamá, uma das artérias vitais do comércio mundial", acrescentou.
Cerca de 6% do comércio marítimo mundial passa pelo Canal do Panamá. Mais de 14.000 embarcações cruzaram a via no ano fiscal de 2022.