Logo Folha de Pernambuco

Economia

Alimentos continuam a pressionar e inflação sobe 0,24% em agosto

O grupo Alimentação e bebidas registrou inflação de 0,78% no mês

SupermercadoSupermercado - Foto: EBC

Os preços da gasolina e dos alimentos voltaram a pressionar o IPCA, índice oficial de inflação no país, que fechou agosto em 0,24%, contra 0,36% no mês anterior. Foi o maior índice para o mês desde 2016, informou, nesta quarta (9), o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Apesar da desaceleração em relação ao mês anterior, o instituto ressalta que o cenário é mais prejudicial às famílias de baixa renda, para quem as despesas com comida pesam mais no orçamento. O grupo Alimentação e bebidas registrou inflação de 0,78% no mês.

A pressão sobre o orçamento dos brasileiros com menor rendimento é reforçada pelo resultado do INPC, índice que mede a inflação desse grupo, que subiu 0,45% no mês, a maior alta desde 2012.



A maior influência no resultado do IPCA foi a gasolina, produto com maior peso na composição do índice, que subiu 3,22% em agosto, refletindo reajustes promovidos pela Petrobras durante o mês. Assim, o grupo Transportes teve alta de 0,82%.

Mas as maiores altas foram verificadas em preços dos alimentos. O tomate subiu 12,98%, o óleo de soja 9,48% e o leite longa vida, 4,84%, por exemplo. Na média, os alimentos para consumo no domicílio tiveram alta de 1,15% em agosto.
Produtos básicos na mesa do brasileiro, como arroz e feijão, continuaram em ritmo de alta. Para o instituto, esse cenário eleva a percepção de inflação por parte do consumidor.

"O arroz (3,08% em agosto) acumula alta de 19,25% no ano e o feijão, dependendo do tipo e da região, já tem inflação acima dos 30%. O feijão preto, muito consumido no Rio de Janeiro, acumula alta de 28,92% no ano e o feijão carioca, de 12,12%", destacou o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov.

A alta no preço dos alimentos preocupa o governo, que começou a analisar a redução das alíquotas de importação para enfrentar o problema. O presidente Jair Bolsonaro vem apelando a empresários da cadeia alimentícia para conter as altas, mas diz que "ninguém vai tabelar nada".

Na semana passada , o presidente pediu "patriotismo" dos donos de supermercados no país. " Estou pedindo um sacrifício, patriotismo para os grandes donos de supermercados para manter na menor margem de lucro", disse o presidente.

A declaração foi dada depois que associações do setor de supermercados divulgaram cartas públicas chamando a atenção para a alta de preço de itens da cesta básica, que chega a superar 20% no acumulado de 12 meses em produtos como leite, arroz, feijão e óleo de soja.

A elevação no preço da cesta básica ocorre em um momento de alto desemprego e perda na renda do trabalhador. No segundo trimestre, a taxa de desemprego atingiu 13,3%, a maior para o período, ainda sem refletir todos os efeitos da pandemia no mercado de trabalho.

A expectativa do mercado é que a taxa suba à medida em que o fim do isolamento leve mais gente às ruas em busca de trabalho -o indicador só considera como desempregados aqueles que procuraram emprego na semana da entrevista.

A avaliação é reforçada pelo fato de que, após o início da pandemia, o número de pessoas fora da força de trabalho superou o contingente que está trabalhando pela primeira vez na história da pesquisa do IBGE em seu formato atual.
Em 12 meses, o IPCA acumula alta de 2,44%, ainda abaixo do piso da meta estipulada pelo Banco Central, ainda bem abaixo do piso da meta do Banco Central. No ano, a inflação oficial acumulada é de 0,70%.

Veja também

Governo bloqueia R$ 6 bilhões do Orçamento de 2024
Orçamento de 2024

Governo Federal bloqueia R$ 6 bilhões do Orçamento de 2024

Wall Street fecha em alta com Dow Jones atingindo novo recorde
Bolsa de Nova York

Wall Street fecha em alta com Dow Jones atingindo novo recorde

Newsletter