Almoço: em média, mais de R$ 50 é gasto para comer fora no Brasil; saiba quanto custa no Recife
Florianópolis é a cidade mais cara, onde a refeição completa custa R$ 62,54 por dia
Comer fora de casa está cada vez mais caro no Brasil, e o Rio de Janeiro se destaca como a segunda cidade mais cara para uma refeição completa, revela uma pesquisa da Associação Brasileira das Empresas de Benefícios ao Trabalhador (ABBT) divulgada nesta quinta-feira (1º).
Com preço médio de R$ 60,46, a Cidade Maravilhosa só perde para Florianópolis, onde a refeição completa custa R$ 62,54 por dia. O preço alto reflete uma tendência nacional de alta dos preços das refeições fora do lar em todo o país, onde, em média, não se almoça no meio de um dia de trabalho por menos de R$ 50.
A média nacional de R$ 51,61, representando uma alta de 10,8% em relação ao ano passado, de acordo com a pesquisa da ABBT, realizada entre março e maio de 2024. O estudo analisou preços em 51 cidades, abrangendo todas as regiões do Brasil.
O trabalho constatou que o aumento no custo das refeições fora de casa para trabalhadores não se restringem apenas às grandes capitais. Atingem também cidades no interior e indicam uma pressão inflacionária generalizada na alimentação para trabalhadores no meio do expediente.
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Foram analisados 4.502 estabelecimentos distribuídos pelas cinco regiões do Brasil, abrangendo 22 estados e o Distrito Federal, totalizando 5.640 preços coletados. Houve aumento significativo em relação aos preços do ano passado.
Quanto custa?
Foram revelados os seguintes preços médios das refeições completas em algumas capitais brasileiras:
Florianópolis: R$ 62,54 (aumento de 11%)
Rio de Janeiro: R$ 60,46 (aumento de 12%)
São Paulo: R$ 59,67 (aumento de 12%)
Natal: R$ 56,18 (aumento de 8%)
Recife: R$ 55,13 (aumento de 12%)
Vitória: R$ 54,67 (aumento de 12%)
Maceió: R$ 54,32 (aumento de 11%)
Campo Grande: R$ 53,24 (aumento de 8%)
Salvador: R$ 53,37 (aumento de 15%)
Palmas: R$ 51,39 (aumento de 8%)
João Pessoa: R$ 49,86 (aumento de 17%)
Teresina: R$ 36,46 (aumento de 10%)
Curitiba: R$ 47,86 (aumento de 10%)
Brasília: R$ 47,16 (aumento de 14%)
Aracaju: R$ 46,50 (aumento de 17%)
Cuiabá: R$ 46,40 (aumento de 9%)
Manaus: R$ 46,28 (aumento de 8%)
São Luís: R$ 45,94 (aumento de 13%)
Porto Alegre: R$ 44,43 (aumento de 19%)
Fortaleza: R$ 42,38 (aumento de 13%)
Belém: R$ 41,44 (aumento de 12%)
Belo Horizonte: R$ 37,63 (aumento de 15%)
Goiânia: R$ 37,18 (aumento de 12%)
Variações de preços nas regiões do país
A pesquisa mostra diferenças entre as regiões do país, mas com alta expressiva em todas. O Nordeste, Sul e Sudeste registraram os maiores aumentos no preço médio das refeições, enquanto a região Norte teve o menor crescimento.
Sudeste: R$ 54,54 (10,6%)
Nordeste: R$ 49,09 (12,7%)
Sul: R$ 48,91 (14,2%)
Norte: R$ 45,41 (7,4%)
Centro-Oeste: R$ 45,21 (8,3%)
'PF' é mais barato
Já os preços médios das refeições em diferentes categorias de estabelecimentos, mostra o prato comercial como o mais em conta para os trabalhadores no país, seguido do autosserviço, como os restaurantes a quilo.
Os menus executivos vêm em seguida e, com o maior valor, está o serviço à la carte.
Confira os valores:
Comercial Completo: R$ 37,44 (aumento de 9,2%)
Autosserviço: R$ 47,87 (aumento de 10,7%)
Executivo: R$ 55,63 (aumento de 10,1%)
À la carte: R$ 96,44 (aumento de 19,8%)
O estudo aponta também o custo mínimo de uma refeição básica: R$ 31,00, caso o trabalhador opte pelo chamado “prato-feito” ou "PF", apenas com arroz, feijão, uma proteína, suco ou uma fruta.
Impacto no bolso do trabalhador
Para quem trabalha, o aumento no preço das refeições fora de casa representa um desafio. No Sudeste, por exemplo, seria necessário desembolsar R$ 859,32 por mês para almoçar fora durante 22 dias úteis no mês, o que corresponde a 24% do salário médio na região.
Nesse sentido, a ABBT, que reúne as empresas que atuam no setor de benefícios como o vale-refeição, defendeu, em um comunicado divulgado junto com a pesquisa, a importância do Programa de Alimentação ao Trabalhador (PAT). Para a entidade, o vale-refeição ajuda o trabalhador a mitigar os custos das refeições diárias e deve ser oferecido pelas empresas.