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Economia

Alta do gás deve piorar expectativas de inflação, diz Campos Neto

Presidente do Banco Central, Roberto Campos NetoPresidente do Banco Central, Roberto Campos Neto - Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

O presidente do BC (Banco Central), Roberto Campos Neto, afirmou que a alta no preço do petróleo e do gás natural anunciada nesta sexta-feira (8) pela Petrobras deverá se refletir em deteriorações adicionais nas expectativas de inflação do mercado.

"O Brasil teve um grande salto [nas expectativas de inflação] quando olhamos para 2021, e isso provavelmente ficará pior com o anúncio de aumento no gás hoje", afirmou Campos Neto, durante participação em evento online promovido pelo Itaú BBA.

Campos Neto citou incertezas fiscais relacionadas a temas como os precatórios, a reforma do Imposto de Renda e a continuidade dos programas de transferência de renda, que têm gerado "alguma insegurança" no mercado.
 


"Esperamos que [essas questões] estejam claras logo e depois disso teremos uma visão melhor sobre qual a política fiscal teremos à frente", afirmou.

No relatório Focus desta semana, as projeções do mercado para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) subiram pela 26ª semana consecutiva, e agora apontam para uma inflação de 8,51% neste ano.

O presidente da autoridade monetária afirmou também que o resultado da inflação oficial de setembro medida pelo IPCA divulgado nesta sexta (8) pelo IBGE veio um pouco melhor do que o esperado, mas reconheceu que o indicador está em um nível bem acima daquele que se previa um mês atrás.

Campos Neto reforçou que a expectativa do BC é por uma desaceleração nos níveis dos preços após o dado de inflação de setembro.

Segundo o presidente da autoridade monetária, em um cenário externo menos benigno com a desaceleração da China em curso, o processo de descompressão nos preços de bens, que se esperava que daria lugar a uma pressão maior vinda do setor de serviços com o avanço da vacinação, não tem se confirmando conforme as expectativas iniciais.

Ele afirmou ainda que, em um ambiente de uma inflação mais persistente de bens do que o previsto, é preciso acompanhar com atenção quais podem ser os impactos para a cadeia produtiva de modo geral.

"Quando se produz mais bens, se consome mais energia, ao mesmo tempo em que os países vêm buscando reduzir as emissões de carbono", disse o presidente do BC, que fez menção aos gargalos já observados em diversas etapas da cadeia global de suprimentos.

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