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Mobilidade

Alta dos combustíveis preocupa setor de transporte por aplicativo em Pernambuco

Nesta sexta-feira (11), havia postos cobrando R$ 7,29 pelo litro da gasolina

Aplicativo Uber é alternativa de transporte para muitos pernambucanosAplicativo Uber é alternativa de transporte para muitos pernambucanos - Foto: Paulo Allmeida/Folha de Pernambuco

Com o aumento de 18,8% no preço da gasolina nas refinarias anunciado nessa quinta-feira (10), pela Petrobras, os postos da Região Metropolitana do Recife já repassaram os novos valores aos consumidores. Na manhã desta sexta-feira (11), havia postos cobrando R$ 7,29 pelo litro da gasolina. Uma das categorias que mais sofrem com o aumento são os motoristas e motociclistas que dependem do veículo para trabalhar por meio de aplicativos. 

Segundo o presidente da Associação dos Motoristas e Motofretistas por Aplicativos de Pernambuco (Amape), Thiago Silva, o principal insumo dos motoristas de aplicativos são os combustíveis. 

“Pelo preço que está, e com o novo aumento, pode ser o fim do serviço. As empresas de aplicativos precisam reajustar as tarifas de forma a equiparar as perdas. Também são necessárias políticas públicas que possam ajudar a nossa categoria, que vive um período de dificuldade ainda mais acentuado desde o início da pandemia", afirmou Silva.
 

Caso não haja aumento nas tarifas das empresas de transporte por aplicativo, o presidente da Amape não destaca uma possível manifestação. “Está no radar”, diz. “A solução é o reajuste das tarifas, pois mesmo o GNV, hoje já está na casa dos R$ 4, mas existem viagens de R$ 5. A conta não fecha. Ou a Uber, 99 e InDriver mexem nas tarifas ou realmente será o fim”, acrescenta Silva.

Para os motoristas de aplicativo, a alta no preço dos combustíveis é preocupante. "A nossa situação é complicada. Tenho que pagar o carro e ainda tirar a minha parte. Antes rodava dez horas por dia, agora preciso trabalhar em torno de 14 horas diariamente", desabafa o motorista de aplicativo Paulo França, de 39 anos. 

A também motorista de aplicativo Adélia Neta, de 37 anos, demonstra preocupação com o aumento do combustível. “Meu carro é flex e, se antes, nós, motoristas de app, já estávamos escolhendo viagens, agora fica ainda mais difícil trabalhar com esse preço de combustível com uma tarifa defasada”, afirma. Adélia ainda ressalta que terá de trabalhar mais horas por dia para pagar as contas. “Se antes eram dez horas, agora serão 12 horas”, diz. 

A reportagem procurou a Uber, a 99 e a InDriver para saber se haverá medidas para suprir o aumento no preço dos combustíveis.

Segundo a Uber, haverá um reajuste temporário de 6,5% nos preços, a ser aplicado nas viagens a partir da próxima semana. “O aumento também visa ajudar os motoristas a lidar com o pico de alta em seus custos operacionais”, informou a empresa

Já a 99 declarou que a companhia oferece aos condutores 100% do valor das corridas em períodos e cidades específicas, além de mais ganhos com o recebimento por taxa de congestionamento e taxa de deslocamento. - [leia ao fim do texto a íntegra da nota da empresa].



No entanto, até a publicação desta matéria,  a InDriver não respondeu os questionamentos da reportagem. 

Confira o posicionamento da 99 enviado a reportagem: 

A 99 está extremamente atenta à situação do país e tem investido esforços e recursos para reduzir o impacto da crise econômica global e os consequentes reajustes dos combustíveis que afetam os motoristas parceiros e a todos. A prioridade é cuidar dos nossos parceiros e seus ganhos, para continuar oferecendo um transporte de qualidade, eficiente e financeiramente acessível. 

Mesmo diante de fatores externos críticos, a companhia segue cuidando de seus motoristas parceiros com iniciativas como: o pacote Mais Ganhos 99, com diversas medidas como o Taxa Zero que oferece aos condutores 100% do valor das corridas em períodos e cidades específicas, além de mais ganhos com o recebimento por taxa de congestionamento, e taxa de deslocamento. Há, inclusive, casos em que é empregada a taxa negativa, ou seja, o valor repassado ao motorista é maior que o pago pelo passageiro e esta diferença é custeada pela empresa para democratizar o acesso das pessoas

É importante lembrar que no início da pandemia, em 2020, a 99 respondeu rapidamente à crise que se desenrolou devido às restrições de deslocamento e investiu R$ 90 milhões em novos serviços. Em 2021, atuou com agilidade e foi o primeiro aplicativo a aumentar em até 25% os ganhos dos motoristas parceiros em todo o Brasil.

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