Logo Folha de Pernambuco

TECNOLOGIA

Amazon vai à Justiça contra nova lei europeia que visa coibir a discurso de ódio e desinformação

Lei de serviços digitais do bloco europeu exige que empresas com mais de 45 milhões de usuários sejam submetidas a escrutínio mais rigoroso das autoridades. Varejista alega que conteúdo não é o foco de seu negócio

AmazonAmazon - Foto: Patrick T. Fallon / AFP

A Amazon se tornou a primeira empresa dos Estados Unidos a contestar a proposta de legislação da União Europeia que visa a forçar as big techs a policiar seu conteúdo on-line, segundo reportagem do Financial Times.

A contestação da gigante da tecnologia com sede em Seattle foi apresentada nesta terça-feira no Tribunal Geral de Luxemburgo, o segundo mais alto da Europa, para anular sua designação como uma “plataforma on-line muito grande” sob a Lei de Serviços Digitais, que impõe obrigações extras para combater o discurso de ódio e a desinformação on-line.

Segundo especialistas, a ação da Amazon pode levar outras gigantes da tecnologia, incluindo Twitter e TikTok, que a UE afirma estar dentro do escopo da leia, a seguir o exemplo e desafiem as regras. Há duas semanas, a alemã Zalando, maior varejista on-line da Europa, processou a Comissão Europeia por ter sido classificada como sujeita a um maior escrutínio pela legislação.

De acordo com a Lei de Serviços Digitais (DSA), que entrou em vigor no ano passado, 19 plataformas on-line e mecanismos de busca foram rotulados como plataformas on-line muito grandes (VLOP) por terem mais de 45 milhões de usuários. A designação VLOP exige que as empresas façam mais para combater o conteúdo on-line ilegal.

A Amazon argumenta que a maior parte de sua receita vem de seus negócios de varejo e que não espalha conteúdo, como desinformação, que as regras do DSA visam abordar. E alega ainda que não é a maior varejista em nenhum dos países da UE onde opera e que seus maiores rivais nesses países não foram designados como tal.

"Se a designação de VLOP fosse aplicada à Amazon e não a outros grandes varejistas da UE, a Amazon seria injustamente escolhida e forçada a cumprir obrigações administrativas onerosas que não beneficiam os consumidores da UE", disse um porta-voz da Amazon. "A Amazon não se enquadra nessa descrição de 'Plataforma Online Muito Grande' nos termos da DSA e, portanto, não deve ser designada como tal", acrescentou o porta-voz.

O executivo da UE não respondeu a um pedido de comentário feito pela reportagem.

Veja também

Minha Casa, Minha Vida supera meta de contratos em 2024, diz ministro
PROGRAMA SOCIAL

Minha Casa, Minha Vida supera meta de contratos em 2024, diz ministro

China aumenta sanções contra empresas de defesa dos EUA sobre vendas de armas para Taiwan
ÁSIA

China aumenta sanções contra empresas de defesa dos EUA sobre vendas de armas para Taiwan

Newsletter