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CRISE

Americanas: fornecedores já pedem devolução de estoque e recorrem a seguradoras para cobrir dívida

Empresas já suspendem remessas ou tentam abater débitos para garantir novas entregas de produtos

Lojas Americanas Lojas Americanas  - Foto: Arthur Mota/Folha de Pernambuco

Pedido de devolução de estoque, fornecimento de produtos suspenso e negociações em banho-maria. É assim que os principais fornecedores de eletroeletrônicos e de chocolates definem a atual situação da Americanas, que divulgou nesta quarta-feira (25) sua lista de credores.

Os maiores fornecedores estão acionando seguradoras para reduzir o rombo em seus caixas. A depender do caso, o seguro pode cobrir de 80% a 90% da dívida. Mas o dia foi de consultas emergenciais, já que as indústrias estão analisando "o que é aceitável para garantir a apólice".

Em meio às incertezas, o alto executivo de uma empresa do setor de eletroeletrônicos revelou que alguns fabricantes chegaram a pedir parte do estoque de volta à Americanas como forma de abater a dívida, o que foi feito.

Em outra frente, as empresas que ainda não receberam por vendas para o período de Black Friday e Natal decidiram desde a semana passada suspender novas remessas até que uma nova negociação seja fechada.

Na mesa as propostas variam por fabricante de chocolates a eletroeletrônicos. Há sugestões como "paga 100% e eu te repasso 80% dos produtos para abater a dívida", "paga à vista" ou "paga em 15 dias com uma taxa extra". O objetivo é não aumentar o passivo, disse uma das fontes.

Os fornecedores avaliam que a situação é de paralisia nas negociações enquanto a empresa espera a chegada da nova diretora financeira da empresa, Camille Loyo Faria, que atualmente está na TIM e só assume a posição na Americanas no dia 1º. A mensagem que vem sendo repetida é que "só ela poderá resolver isso".

O presidente de uma empresa diz que "a varejista está hoje na UTI". Essas companhias dizem que há um esforço conjunto para "salvar" a varejista e permitir seu funcionamento. Hoje, a empresa tem estoque para duas a três semanas.

Mas, apesar da "boa vontade", os fornecedores, assim como os bancos, já decidiram subir o tom nas próximas semanas. Eles cobram uma posição mais clara da empresa e dos acionistas de referência, Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles.

Procurada, a Americanas ainda não se pronunciou.

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